A influência das taxas de juros sobre os valuations das empresas

Ao longo dos últimos trimestres, o assunto que tem mais impactado os mercados globais (mais mesmo do que os resultados das companhias), são a expectativa de inflação mundial e seus impactos nas taxas de juros de curto, média e longo prazo das economias.

Nos Estados Unidos, o país que possui o mercado de capitais e a economia mais pujante, temos visto, especialmente após a pandemia da Covid-19, uma série de estímulos fiscais. Tais estímulos foram materializados, principalmente, na forma de gastos com infraestrutura e pagamentos direto às famílias norte americanas.

 

 

A título de ilustração, observem no gráfico acima a velocidade com que o governo dos EUA fez gastos públicos durante a pandemia da Covid-19 em relação a outros períodos de crises (2008 e 1929).

Esse ambiente que propiciou maiores gastos públicos, aliado a uma redução para níveis de 0 nas taxas de juros e uma emissão monetária bastante acelerada, geraram um nível de inflação que os países desenvolvidos não estavam acostumados a lidar há várias décadas.

 

inflação cheia EUA e taxa de juros

 

Como os gráficos acima evidenciam, não apenas em países da América Latina o fenômeno inflacionário ocorreu, mas também em quase todos os países do mundo, obviamente, alguns foram mais afetados do que outros.

 

 

Quando olhamos para os Estados Unidos, é possível observar uma elevação acelerada da taxa de inflação a partir da segunda metade de 2020, que só veio passar a cair no início de 2023.

 

taxa de inflação nos Estados Unidos

 

Essa inflação teve repercussão tanto para os produtores quanto para os consumidores do país, fazendo com que a autoridade monetária tivesse que iniciar um aperto monetária, via subida de juros, de forma muito intensa.

 

Taxas de juros nos Estados Unidos

 

Um movimento de alta dos juros na principal economia do mundo provoca uma série de efeitos em vários ativos financeiros nos mais diversos mercados, em particular nas ações, fazendo com que seu valor presente diminua em razão da taxa de desconto.

Nesse cenário, os grandes investidores e fundos de investimentos se dividem em, basicamente, dois grupos diferentes para fazer análise de investimento.

De um lado temos os investidores “bottom-up”, e de outro temos os “top-down”.

Em ambas as estratégias, movimentos nas taxas de juros impactam o preço das ações.

Os investidores com foco em bottom-up, concentram seus esforços na análise de empresas, realizam processos de valuation.

Ou seja, tentam estimar quanto serão os fluxos de caixa que a empresa irá gerar ao longo dos próximos anos e aplicam uma taxa de desconto sobre esses fluxos de caixa, para trazê-los a valor de hoje.

Em um cenário de alta de juros, portanto, esses investidores usam uma taxa de desconto maior para trazer os fluxos de caixa futuro das empresas a valor presente, o que reduz o valor de mercado das companhias hoje.

Além disso, quanto mais distante no futuro estiverem os fluxos de caixa dessas companhias, mais elas serão impactadas pelo aumento nas taxas de desconto.

Empresas de tecnologia, por exemplo, que precisam fazer investimentos intensivos no curto prazo para gerar fluxos de caixa apenas no longo prazo, têm seus valuations muito mais impactados por esse tipo de movimento.

 

Nasdaq Index e sua relação com as taxas de juros

 

Nesse sentido, o Nasdaq Index, índice de ações mais tradicionalmente ligado a empresas de tecnologia, chegou a apresentar queda de quase 40% no período em que o FED iniciou seu aumento de juros, no final de 2021, tendo durado até o início de 2023.

 

Russell 2000 e as taxas de juros

 

A mesma dinâmica pode ser observada para o Russell 2000, índice que é mais ligado à empresas de menor capitalização, como as small-caps.

Já na abordagem top-down, os investidores pensam os investimentos de forma macro, ou seja, analisam as diversas classes de ativos, setores e a economia de maneira geral, para realizar seus investimentos.

Nessa linha, um movimento de alta nas taxas de juros, provoca, nos investidores top-down, uma reação de diminuir sua alocação em ativos de risco, como ações de empresas, e aumentar em ativos de renda fixa, pois estes ficam mais atraentes, de forma marginal.

Porém, como os próprios gráficos de inflação supramencionados evidenciam já estamos observando uma redução do nível de preços das economias, inclusive no caso dos Estados Unidos.

Além disso, a atividade econômica dá alguns sinais de retração em alguns países do mundo, o que, em conjunto, começa a abrir espaço para que, tanto o FED nos EUA, como o Copom no Brasil, comecem a debater eventual queda das taxas de juros.

Como vimos o efeito detrator do preço das ações que as altas de juros fazem, o caminho contrário também é verdadeiro: quando os juros caem, o preço das ações sobe.

A grande questão que os investidores globais têm a frente, é:

Já existe espaço para queda sustentável dos Juros?

Se a resposta for sim, existem indícios importantes de que seja hora de direcionar aportes e capital para ativos de risco.

Uma estratégia que gostamos de seguir no Hub do Investidor, é construir carteiras diversificadas, que possam se apropriar de ventos positivos tanto em ativos de renda fixa como ativos de renda variável.

 

Por isso, no Hub Internacional, temos uma carteira de Bonds, uma de REITs, e uma de stocks.

Oferecemos aos nossos clientes as melhores oportunidades em todos os mercados, independente da situação do ciclo econômico.

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AndreTavares

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