Quando os investidores começam a investir em uma ação, é comum que tenham dúvidas a respeito de como analisar se tal ativo é de fato um bom investimento, quando consideramos a análise fundamentalista dessa empresa.
Existem cerca de 400 empresas listadas na bolsa de valores do Brasil, e algumas milhares nas bolsas internacionais, em especial nos Estados Unidos, o que faz com que essa dúvida seja, de fato, bastante pertinente.
Fonte: Statista. Adaptação Hub do Investidor.
Entendendo que é uma dúvida bastante comum, resolvemos elencar 3 pontos que consideramos essenciais que sejam levados em consideração pelos investidores antes de tomarem a decisão de investir em uma ação.
1. Modelo de negócios
É essencial para a tomada de decisão de um investidor que ele saiba questões fundamentais de como a empresa opera no mundo real, como por exemplo a forma que a empresa gera receita. Porém, para saber disso, é preciso que seja entendido todos os segmentos operacionais e linhas de atuação da empresa, além dos seus setores de atuação.
Além disso, a forma com que ela se relaciona com seus clientes e fornecedores, além de questões como ambiente competitivos, riscos operacionais e principais vetores de crescimento, são assuntos obrigatórios para entender o modelo de negócio das companhias.
Uma ferramenta que pode ser utilizada para acessar de maneira mais fácil o modelo de negócios das companhias é a análise SWOT, que separa as características internas (forças e fraquezas) e externas (ameaças e oportunidades) da empresa.
2. Governança Corporativa
Trata-se de saber como é o funcionamento corporativo da empresa, ou seja, entender questões como quem são os principais acionistas da empresa, pois, no final das contas, essas pessoas serão seus sócios.
Além disso, conhecer o conselho de administração da empresa, pois são esses conselheiros que irão determinar os direcionamentos estratégicos que a companhia tomará ao longo dos próximos anos.
Não menos importante no quesito de Governança, é conhecer os diretores e principais executivos, que são as pessoas que irão tocar o dia a dia da empresa, rumo ao direcionamento estratégico definido pelo conselho de administração.
O ideal é buscar por empresas que tenham mecanismos de alinhamento de interesses entre os acionistas majoritários, os minoritários e os executivos.
3. Lucratividade
As empresas possuem 3 indicadores principais de lucratividade, que são: margem bruta, margem EBITDA e margem líquida. Cada um desses indicadores dá uma ideia distinta para os acionistas, sendo que os três devem ser analisados em conjunto, para que a análise não fique disfuncional.
A margem bruta serve para indicar a eficiência da companhia em conseguir produzir os seus produtos e serviços, uma vez que incorpora o lucro bruto, que é obtido descontado o custo de produção ou custo de servir.
Já a margem EBITDA informa se a empresa tem uma sólida estrutura de custos e despesas, e se a sua operação é capaz de gerar caixa, levando em consideração os seus ativos operacionais. Essa é, para empresas que operem de forma leve em ativos, uma excelente aproximação da geração de caixa operacional da empresa.
A margem líquida, por sua vez, tem relação com a estrutura geral de custos e despesas da empresa, incluindo a estrutura de capital, e a quantidade de impostos que a companhia paga, pois tem relação com o lucro líquido da empresa.
A margem líquida tem um problema que ela pode ser afetada por vários itens não recorrentes, que são, várias vezes, classificados como receitas/despesas não operacionais, portanto é um indicador que os investidores devem ter cuidado ao analisar.
Obviamente os fatores que levam uma ação a ser um bom investimento são muito mais complexos do que essas 3 questões que comentamos, e os cuidados dos investidores devem ser com minúcias que, muitas vezes, não são traduzidas nos números atuais das companhias.