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Accumulation Trend Score (AST): saiba como identificar tendências de acumulação do bitcoin!

Accumulation Trend Score (ATS)

No mercado altamente volátil e emocionante das criptomoedas, os investidores buscam constantemente maneiras de tomar decisões informadas para aproveitar ao máximo as oportunidades de investimento. Entre os muitos indicadores disponíveis, um se destaca quando se trata de análise de tendências e fluxo de capital: o “Accumulation Trend Score” (ATS), uma ferramenta útil para boas leituras de mercado pois fornece informações sobre o posicionamento de diferentes players.

Neste artigo, vamos explorar como o ATS pode ser uma ferramenta poderosa para analisar a dinâmica do mercado, desde que utilizado em conjunto com outras ferramentas e análises para obter uma visão mais abrangente do que está acontecendo. Mas, antes disso, vamos abordar seu conceito e como podemos utilizá-lo na prática!

 

A) Definição: O que é o Accumulation Trend Score (ATS)?

Como mencionamos, basicamente, o ATS é projetado para fornecer insights sobre o fluxo de capital em um ativo específico e identificar tendências em sua acumulação ou distribuição. No caso do artigo em questão, estamos falando especificamente do bitcoin.

Em outras palavras, também podemos dizer que o Accumulation Trend Score nada mais é do que um indicador que reflete o tamanho relativo dos players que estão acumulando/distribuindo ativamente moedas “on-chain” em termos de suas participações em BTC.

Portanto, a escala do ATS representa justamente o tamanho do saldo destes players (“participation score”) e a quantidade de novas moedas que adquiriram ou venderam no último mês (“balance change score”).

Entender o conceito é extremamente importante para uma leitura sólida, mas de nada adianta sem aplicação prática, certo? Então chega de teoria. Vamos entender como o Accumulation Trend Score (ATS) é calculado! E, se quiser ir direto ao ponto para saber como utilizá-lo, basta ir ao penúltimo tópico (“C”) do artigo!

 

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B) Cálculo: Como o Accumulation Trend Score (ATS) é calculado?

O cálculo do ATS envolve uma fórmula matemática que leva em consideração diversos fatores, como volume de negociação, fluxo de entrada e saída de Bitcoin das exchanges, entre outros.

Embora a fórmula exata possa variar dependendo da plataforma ou ferramenta utilizada, o ATS geralmente usa uma combinação de médias móveis, índices de força relativa (RSI) e outros indicadores para gerar um score que representa a tendência de acumulação.

Vejamos abaixo:

1) Participation Score: para cada dia, é calculado o “participation score” de cada player com base na quantidade de moedas que eles possuem em relação ao fornecimento total.

Por exemplo: se uma entidade possui 10 BTCs dentro de um supply total de 1000 moedas, ela terá 1% de “participation score” (10/1000). Vale ressaltar que as corretoras e os mineradores são excluídos dessa conta!

2) Balance Change Score: Para cada player (como um investidor ou carteira específica, sem contabilizar corretoras e mineradores), o cálculo da acumulação (ou distribuição) diária é feito com base na mudança relativa do saldo da moeda que ele possui. Ou seja, em outras palavras, essa mudança relativa de saldo é determinada pela diferença entre o saldo atual e o saldo anterior.

Por exemplo: Se um investidor tinha um saldo de 10 BTC no dia anterior e agora possui um saldo de 12 moedas, a mudança relativa de saldo seria de +20%.

No entanto, é importante destacar que existe uma restrição na mudança de saldo para evitar distorções extremas, garantindo que essa mudança nunca exceda +100% ou -100% do saldo atual daquele player. Esses limites máximos e mínimos são aplicados para evitar que investidores com “pequenos saldos” e “grandes mudanças de saldo” influenciem muito na métrica Accumulation Trend Score. Portanto, o cálculo considera apenas as mudanças relativas de saldo dentro dos limites estabelecidos.

3) Accumulation Ratio: a taxa de acumulação (“Accumulation Ratio”) é, então, calculada ao multiplicarmos a pontuação de participação (“participation score”) que vimos no item “1” pela mudança de saldo (“balance change score”) que vimos no item “2”. A ideia é termos um participation score ponderado em termos de mudança relativa de saldo, de modo que os grandes players que estão acumulando tenham um impacto maior do que os de baixo volume.

Essa accumulation ratio é calculada tanto para compras (“mudanças de saldo positivas”) quanto para vendas (“mudanças de saldo negativas”)

Como mencionado no ponto anterior, conclui-se que um player nunca pode ter uma taxa de acumulação (“accumulation ratio”) que exceda sua pontuação de participação (“participation score”), não importa quanto ela acumule, porque a mudança relativa de saldo máxima e mínima são limitadas.

4) Accumulation Score: Assim, o score de acumulação é calculado somando todas as taxas de acumulação (“accumulation ratio”) de cada participante ao longo do último mês, tanto para compras quanto para vendas.

 

 

5) Atualização (Janela de 90 dias): O conceito do que significa ser um “grande player” mudou ao longo do tempo, e ter 10 BTC em 2009 não é o mesmo que ter 10 BTC em 2023. Diante disso, o ATS ajusta os dados para que seja possível comparar diferentes períodos de tempo de maneira mais precisa ao invés de simplesmente comparar quantidades absolutas de forma descontextualizada.

Por exemplo: se você comprou 10 BTC em 2010 e 20 BTC em 2023, isso não significa necessariamente que sua atividade de acumulação tenha sido mais intensa em 2023.

O ATS faz uma “normalização de valores” utilizando uma janela de 90 dias e aplicando uma fórmula de normalização que leva em consideração as condições de mercado específicas de cada período, eliminando distorções causadas por mudanças extremas de preço e participação ao longo dos anos. A fórmula utilizada é a seguinte:

fórmula do Accumulation Trend Score (ATS)

Concluindo: após a normalização dos valores, é possível calcular a taxa de acumulação final (“accumulation ratio”) ao subtraírmos todas as compras das vendas. Ou seja, é feita uma diferença entre a quantidade acumulada e a quantidade distribuída durante o período. O resultado permite avaliar se houve predominância de acumulação ou distribuição!

 

C) Como utilizar e ler o Accumulation Trend Score sem enrolação?

Um Accumulation Trend Score próximo de 1 indica que, no agregado, os players maiores (ou uma enorme parte da rede) estão acumulando. Já um valor próximo de 0 indica o contrário, uma predominância de distribuição. Com isso, conseguimos ter informações sobre o tamanho do saldo dos participantes do mercado e seu comportamento de acumulação no último mês!

Score próximo a 1: Indica que, no último mês, grandes participantes (ou grande parte da rede) acumularam moedas.

Score próximo a 0: indica que, no último mês, os grandes participantes (ou grande parte da rede) não acumularam moedas ou as venderam.

É legal notar que toda vez que o BTC atinge mínima em um ciclo do mercado de baixa, ele tende a ver uma acumulação significativa (destacada na imagem abaixo pelos círculos vermelhos), uma vez que os investidores veem grande valor na compra do ativo e interpretam o momento como excelente oportunidade. Porém, logo em seguida, ocorre uma falta de acúmulo devido, talvez, à descrença no ciclo, destacada pelas “caixas” vermelhas.

gráfico Accumulation Trend Score

 

Uma outra dica interessante é observar o Bitcoin: Accumulation Trend Score by Cohort, onde podemos extrair insights super interessantes a partir de uma outra perspectiva, observando o comportamento dos diferentes segmentos de forma mais clara e individualizada, como na imagem abaixo:

gráfico Accumulation Trend Score by Cohort

 

D) Onde acessar esses gráficos e informações?

A notícia boa é que você (obviamente) não precisa fazer todos esses cálculos manualmente! A notícia não tão boa assim é que só é possível acessar os gráficos de Accumulation Trend Score por meio da plataforma Glassnode.

No entanto, constantemente há portais de notícias fazendo análises sobre o indicador, além de ser possível encontrar pessoas que o compartilham em redes sociais para se manter atualizado!

 

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Caio Goetze

Formado em Direito pela PUC-RJ e pós-graduando em Direito Digital pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a UERJ, conta com 3 anos de experiência e diversos cursos de formação acadêmica de bagagem no “criptomercado”.

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