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Ganhe em dólar: saiba como investir em bonds corporativos!

investir em bons corporativos

Ter acesso a uma renda em dólar se mostrou um dos principais pontos de interesse de investidores brasileiros, que buscam não somente uma rentabilidade segura atrelada a uma moeda forte, mas também uma diversificação geográfica de seus investimentos, que os protejam dos riscos do mercado nacional.

Isso leva o investidor a considerar aplicações na renda fixa americana como forma de gerar essa renda em dólar.

Neste artigo, iremos discorrer sobre o que são e como investir em bons corporativos.

 

O que são bonds corporativos?

Bonds corporativos, ou corporate bonds, são títulos de dívida de empresas, que emitem estes bonds como forma de financiar projetos corporativos e que retornam uma rentabilidade estabelecida (juros periódicos) para aqueles que investirem em seus bonds.

Os bonds se assemelham às debêntures no Brasil, ou seja, são títulos emitidos por empresas que geram cupons periódicos. A grande parcela de bonds corporativos nos EUA é emitida com taxa pré-fixada e pagamento de cupom semestral.

Há diferentes prazos de vencimento entre os bonds corporativos, que variam de curto a longo prazo, onde ao final, na data de expedição, o investidor recebe o valor nominal investido junto com o pagamento do último cupom semestral.

 

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O mercado de bonds corporativos:

 

Volume global total dos títulos de bonds corporativos – 2007 – 2020

Volume global total dos títulos de bonds corporativos entre 2007e 2020

Fonte: International Organization of Securities Commissions (IOSCO)

 

Somente nos EUA, o volume de bonds corporativos em circulação aumentou 80% entre 2008 e o primeiro trimestre de 2020, atingindo quase US$ 10 trilhões.

Ao longo de 2022 também foi emitido uma quantidade significativa de bonds corporativos, que passaram a entregar rentabilidades mais atrativas visto o processo de aumento de juros nos EUA.

 

Emissão de bonds corporativos nos EUA – Fev/22 – Fev/23

gráfico mostrando a Emissão de bonds corporativos nos EUA e sua relação com investir em bonds

Fonte: Sifma

 

Abaixo está o gráfico do Bloomberg Global Aggregate Corporate (USD Hedged), um índice que acompanha bonds corporativos emitidos globalmente por mercados  desenvolvidos e emergentes. A evolução do mercado de bonds corporativos, especialmente observado nos últimos 03 anos, está também correlacionado com o aumento da utilização deste instrumento financeiro como forma de captação de recursos por parte das empresas.

 

Evolução da performance do Bloomberg Global Aggregate Corporate (USD Hedged) – Jul/2018 – Fev/2023

gráfico mostrando a evolução da performance do Bloomberg Global Aggregate Corporate

Fonte: Just ETF

 

 

Como investir em bonds corporativos?

O investimento em bonds corporativos podem ser feitos via ETFs (Exchange-Traded Funds), fundos que replicam algum indicador temático. Caso deseje saber mais sobre ETFs, leia nosso artigo sobre o tema. Existem diversos ETFs americanos que investem em bonds corporativos.

 

Exemplos de ETFs focados em bonds corporativos:

1.iShares Inflation Hedged Corporate Bond ETF (LQDI)

O LQDI é um ETF de bonds corporativos de médio prazo com foco em cobertura da inflação, ou seja, investe tanto em títulos de dívida de empresas como em ativos ligados à inflação americana. Este ETF opera com um dividend yield de 2,99%, com um retorno médio anual dos últimos 03 anos de 2,62% e com taxa de administração de 0,18%.

 

Evolução do Dividend Yield do LQDI – Mar/22 – Mar/23

gráfico mostrando a evolução do Dividend Yield do LQDI e sua relação com investir em bons

Fonte: Seeking Alpha

 

 

2.iShares 0-5 Year High-Yield Corporate Bond ETF (SHYG)

O SHYG tem o intuito de investir em bonds corporativos de alto rendimento com vencimento abaixo de 05 anos, com gestão voltada a minimizar risco de taxa de juros. Títulos que apresentam uma taxa de remuneração maior tendem a possuir uma qualidade de crédito inferior.

O SHYG busca realizar uma gestão de risco de crédito de alta qualidade para encontrar retornos atrativos em investimentos que possuam mais riscos. Desta forma, o ETF possui um dividend yield de 5,86%, com retorno médio anual dos últimos 05 anos de 3,3% e taxa de administração de 0,3%.

 

Evolução de investimento hipotético de US$10.000 no SHYG – Mar/20 – mar/23

gráfico mostrando a evolução de investimento hipotético de US$10.000 no SHYG

Fonte: BlackRock

 

3.Vanguard Intermediate-Term Corporate Bond Index ETF (VCIT)

Este ETF de bonds corporativos geridos pela Vanguard surgiu com o objetivo de gerar renda investindo em títulos denominados investment grade (aqueles com alta qualidade de crédito). Com isso, o portfólio do fundo está alocado em títulos de dívidas de empresas robustas e com classificação de crédito alta (cerca de 41,20% da carteira do fundo está alocada em ativos com classificação A), tais como Bank of America e Allstate.

O fundo possui ao todo um patrimônio de US$39,68 bilhões, um dividend yield de 3,15% e taxa de administração é de 0,04%.

 

Evolução do Dividend Yield do VCIT – Mar/22 – Mar/23

Fonte: Seeking Alpha

 

Com os dividend yields dos corporate bonds atingindo o patamar de 2%-3%, e em alguns casos até mais, a atratividade dos investimentos em renda fixa americana aumenta, visto que há a possibilidade de investir em uma moeda vinculada à uma economia resiliente como a dos EUA e extraindo retornos altos.

Desta forma, investir em bonds corporativos é um instrumento atrativo para brasileiros que buscam ativos que gerem renda atrelada ao dólar.

 

Existem riscos de investir em bonds corporativos?

É importante que o investidor esteja ciente que, apesar dos bonds corporativos serem ativos de renda fixa, existem riscos neste tipo de investimento.

Um destes riscos é o risco de crédito. Pelo fato deste ativo ser uma emissão de dívida, a possibilidade do emissor não honrar seu compromisso de pagamento da taxa pré-definida se mostra um risco. O investidor pode se atentar a este risco conferindo a classificação de risco dos bonds corporativos, que é atribuída por empresas de classificação de risco, como a Moody’s e a Fitch.

 

Classificação de risco de crédito – Moody’s

Fonte: Moody’s

 

Outro risco conhecido nos investimentos de renda fixa seria o risco de taxa de juros, também chamado de interest rate risk. Este tipo de risco diz respeito à variação da taxa de juros, que afetam a rentabilidade dos bonds corporativos pelo fato destes estarem vinculados à taxas pré-fixadas.

Portanto, se um investidor aplica em um bond corporativo fixado a 3% e posteriormente a taxa de juros se eleva para 4%, o valor do título deste investidor diminui, pois este está atrelado a uma rentabilidade menor do que passa agora a ser negociado no mercado. Ou seja, há uma relação inversa entre movimento de taxa de juros e preço dos títulos corporativos.

Desta forma, é importante o investidor se informar sobre todos os aspectos que envolvem seus investimentos para que assim possa ter um planejamento financeiro adequado, que leve em consideração risco, retorno e diversificação.

 

 O Hub do Investidor possui o propósito de auxiliar o investidor neste processo de conhecimento.

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Raul Rodrigues

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