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Redes sociais descentralizadas: seus dados pessoais mais protegidos!

redes sociais descentralizadas

Desde o seu surgimento em meados da década de 90, as redes sociais se tornaram uma parte importante do cotidiano da população. Sua ascensão possibilitou a conexão entre amigos e familiares distantes, facilitou trocas de informações, ideias, comunicações e expressões, propiciou conteúdos de entretenimento e a criação de comunidades específicas, e até mesmo modificou a forma como as empresas estruturam seus negócios e se comunicam com seus clientes.

No entanto, o estado atual das redes sociais na web 2.0 como conhecemos hoje é bem mais complexo e controverso do que pode aparentar. Se por um lado há todas essas funções significativamente positivas, por outro, as preocupações com privacidade também ascenderam nos últimos 30 anos. É amplamente sabido que famosas redes sociais centralizadas ganham dinheiro com a venda de dados dos consumidores, que estão cada vez mais conscientes dos riscos associados ao compartilhamento de informações pessoais e sensíveis.

Quem não se lembra do caso da Cambridge Analytica, por exemplo?

E por falar em Facebook, lembramos que o monopólio destes players centralizados também é outra pauta central da discussão. Outras companhias dominantes como Youtube, Instagram e Twitter dominam grande parte deste nicho de mercado e, consequentemente, dos dados dos usuários. Como resultado, enfrentam cada vez mais críticas sobre seu poder e influência.

Por fim, e talvez o mais importante, a censura e supressão de discursos e informações também fazem parte da caixa de preocupações. Governos de países como China e Coreia do Norte, em conjunto com as principais redes sociais da Web 2, frequentemente censuram conteúdo e banem contas das plataformas.

Aqui no Brasil, durante as eleições presidenciais, o tema também virou pauta em função das controversas decisões do Ministro Alexandre de Moraes. O limite entre o cumprimento da lei e a discricionariedade da decisão é uma linha tênue.

O fato é que as redes sociais centralizadas estão sob constante vigilância, por bem ou por mal. Governos de todo o mundo frequentemente aprimoram sua supervisão regulatória sobre essas plataformas em resposta às preocupações com confidencialidade de dados, interferência eleitoral, disseminação de “fake News”, discurso de ódio e propagandas enganosas. Ou pelo menos sob estes pretextos. Mas não parece surtir efeito. É hora de começarmos a utilizar rede sociais descentralizadas?

 

O QUE É UMA REDE SOCIAL DESCENTRALIZADA?

As redes sociais descentralizadas são redes em que os dados e o conteúdo dos usuários são armazenados em blockchain ao invés de servidores centralizados controlados por uma empresa, operando, portanto, de maneira descentralizada. Esta dinâmica permite mais privacidade e segurança, dando aos usuários o controle sobre seus próprios dados, conteúdos e identidade, potencializando também a transparência. Assim, nenhum terceiro pode coletar ou vender dados de alguém.

Essas plataformas visam promover a liberdade de expressão e fornecer resistência à censura, sem que haja nenhuma autoridade central controlando ou manipulando o conteúdo. E se você produz conteúdo para alguma rede social de Web 2 e está preocupado com o aspecto monetização, se acalme. Estas redes sociais típicas da Web 3.0 geralmente utilizam tokens fungíveis e tokens não-fungíveis (NFTs) como formas de monetizar o conteúdo.

Assim, as redes sociais descentralizadas não representam apenas uma mudança na infraestrutura das plataformas atuais, mas também representam uma mudança no método como as empresas de mídias sociais se organizam e ganham dinheiro.

 

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COMO AS REDES SOCIAIS DESCENTRALIZADAS FUNCIONAM?

Como falamos, as redes sociais Web 3 utilizam redes blockchain para armazenar e gerenciar sua plataforma, seus dados e seu conteúdo.

Abaixo, veremos os componentes principais responsáveis por fornecer um “overview” de como uma rede social descentralizada opera:

  1. Contratos inteligentes: As redes sociais descentralizadas são alimentadas por contratos inteligentes. O código do contrato serve como back-end para essas plataformas de mídia social e são eles que estruturam sua lógica de negócios.

  2. Armazenamento de dados descentralizado e transparente: A tecnologia blockchain garante a privacidade das redes sociais graças à sua natureza criptográfica. Além disso, as redes sociais baseadas em blockchain armazenam dados de forma distribuída entre os vários nós independentes, o que significa, na prática, que esses dados dos usuários, como fotos de perfil, postagens e interações, são armazenados de forma descentralizada em toda a rede.

  3. Mecanismos de consenso: Um mecanismo de consenso como Proof-of-Work (PoW) ou Proof-of-Stake (PoS) é usado para validar as transações e garantir a segurança da rede.

  4. Aplicativos Descentralizados (DApps): Muitas redes sociais Web 3 estão disponíveis na forma de aplicativos descentralizados (DApps) ou então suportando DApps – “sobre elas” – que oferecem serviços e funcionalidades adicionais, como pagamentos, NFTs, etc.

  5. Token Economy: Basicamente é a estruturação de funcionamento da economia do token que irá alimentar a monetização de rede social descentralizada. É como vermos incentivos para que os participantes da rede social utilizem a plataforma e sejam recompensados pela criação de conteúdo.

  6. Autenticação segura do usuário: Usuários de mídias sociais descentralizadas, assim como usuários da maior parte dos serviços Web 3, são identificados e autenticados nas plataformas por meio de uma infraestrutura de chave pública.

  7. Mecanismos de resistência à censura: Os usuários podem criar e compartilhar qualquer conteúdo na rede de forma que nenhum terceiro centralizado possa censurar suas expressões e remover ou modificar seus conteúdos.

 

VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS REDES SOCIAIS DESCENTRALIZADAS:

Talvez, a essa altura, os prós e os contras da utilização de redes sociais descentralizadas já estejam claros. Vamos tentar destaca-los de forma resumida, começando pelos prós.

  1. Privacidade: Como permitem que os usuários controlem e sejam efetivamente proprietários de seus dados, torna-se muito mais difícil que grandes empresas ou governos consigam acesso às informações para algum mau uso.

  2. Propriedade dos dados: O ponto anterior está intimamente ligado a este. Como os usuários controlam efetivamente seus dados, conseguem reter os direitos de seu conteúdo e usufruir de oportunidades para ganharem recompensas por isso.

  3. Mais seguras: As redes sociais descentralizadas são menos suscetíveis à violações de dados uma vez que estes dados são armazenados de forma distribuída entre os diversos nodes da rede e não em um servidor central de alguma empresa. Além disso, essas redes utilizam criptografia de chaves públicas para reforçar a segurança ao invés de ter uma única organização responsável pela proteção dos dados.

  4. Desvinculação: Usuários podem criar contas sem precisar vinculá-las à identidades do mundo real como números de telefone ou e-mail.

  5. Resistência à censura: Oferecem apoio à liberdade plena de expressão já que não há nenhuma autoridade central capaz de controla-las ou censurar seus conteúdos. Por outro lado, há uma natural preocupação com propagação de desinformação, atividades criminosas, ofensas, etc. A discussão é sensível.

  6. Governança: Uma característica típica das redes sociais Web 3 é a governança por meio de Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs), onde os próprios usuários conseguem decidir sobre os rumos e o desenvolvimento da rede, participando do processo de tomada de decisão. Os processos são claros e auditáveis e essa participação se dá por meio dos tokens do protocolo que dão direito a voto.

 

As redes sociais descentralizadas também têm algumas desvantagens com relação às redes tradicionais. Essas questões podem afetar a adoção no curto prazo, mas tendem a evoluir e serem superadas com o passar do tempo. Passemos a elas:

  1. Base de usuários: Essas redes tem lutado para conseguir atrair uma grande base de usuários já que a maior parte das pessoas está culturalmente acostumada a usar redes como Instagram, Facebook e Twitter. O processo é longo e necessita de uma construção do mercado primeiramente.

  2. Complexidade: Este é um grande problema do ecossistema de criptomoedas como um todo. A experiência do usuário nem sempre é a melhor, e muitas vezes a complexidade para interagir com aplicativos e plataformas acaba sendo grande, o que aumenta a barreira de entrada. Interfaces de usuários sofisticadas e a necessidade de se aprofundar no mundo crypto ainda travam usuários “não-nativos”.

  3. Limitação: Muitas redes sociais descentralizadas ainda sofrem com funcionalidades limitadas em comparação às redes centralizadas, o que também afeta sua capacidade de ganhar tração e aderência de potenciais usuários.

  4. Altos throughputs: Além disso, essas plataformas geralmente exigem grandes taxas de transferência para suportar interações sociais que deveriam ser rápidas e constantes. A escalabilidade é um ponto problemático em função da sua natureza descentralizada, o que dificulta o processamento de grandes quantidades de tráfego e dados.

  5. Volatilidade: Como a estrutura econômica da plataforma depende da remuneração em criptomoedas, a situação do mercado pode afetar rapidamente o valor das recompensas obtidas pelos criadores de conteúdo.

 

Abaixo, uma tabela comparativa entre redes sociais Web 2 e redes sociais Web 3 feita pelo Cointelegraph que resume bem os principais pontos levantados:

tabela comparando redes sociais centralizadas Web 2 e redes sociais descentralizadas Web 3

 

REDES SOCIAIS DESCENTRALIZADAS POPULARES:

Existem dezenas de projetos de redes sociais no cryptoecossistema com milhões de usuários. À medida que a tecnologia evolui, espera-se por mais desenvolvimento e novas funcionalidades adicionais. Aqui estão alguns exemplos destes projetos:

  1. Construída sobre o popular protocolo de mídia social descentralizado Nostr, o Damus é uma conhecida plataforma de mídia social descentralizada com uma interface de usuário fácil de navegar.

  2. Lançada em 2010, a Diaspora é uma das mais antigas redes descentralizadas de mídia social. Foi apresentada como uma alternativa proeminente ao Facebook.

  3. Minds é uma rede social descentralizada que visa ser uma plataforma mais aberta e transparente para liberdade de expressão e direitos digitais. Ela permite que os usuários falem livremente, protejam sua privacidade, ganhem recompensas e recuperem o controle de seus dados.

  4. Lens Protocol é um protocolo desenvolvido pela mesma equipe da Aave (AAVE) em 2022. Ele ajuda os criadores a se apropriarem de seu conteúdo. O projeto oferece aos usuários as ferramentas para criar suas próprias plataformas de mídia social usando a tecnologia Web3.

 

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Caio Goetze

Formado em Direito pela PUC-RJ e pós-graduando em Direito Digital pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a UERJ, conta com 3 anos de experiência e diversos cursos de formação acadêmica de bagagem no “criptomercado”.

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