QUAL OS TRÊS MELHORES INDICADORES TÉCNICOS PARA ANALISAR UMA AÇÃO?
No mercado financeiro é muito comum as pessoas perguntarem quais os melhor indicadores técnicos ou qual é a receita de bolo que irá fazer o seu dinheiro render sem sustos e com elevado grau de certeza ao longo do tempo.
Porém, a verdade (e que muitos preferem não aceitar) é que a renda variável… varia!
No mundo dos investimentos tudo o que temos são probabilidades e matrizes de retornos, o chamado payoff: quanto eu ganho se meu cenário se materializar x quanto eu perco se o cenário não se concretizar e qual a probabilidade de ocorrência destes cenários? Parece pouco certo? Mas é o máximo que podemos fazer.
Na análise técnica, onde analisamos padrões de comportamento que se repetem no passado e tendem a se repetir no futuro, isso é ainda mais verdadeiro.
O analista técnico deve, além de saber identificar tais padrões, ponderar se as probabilidades de sucesso estão favoráveis e mensurar qual o retorno obtido x qual o risco que aquele investimento apresenta.
Naturalmente, devemos aceitar investimentos que possuam um retorno igual ou superior ao risco incorrido. Ou que possuam uma elevada probabilidade de ocorrência.
Para nos auxiliar na determinação destas probabilidades a análise técnica possui um grande arsenal de ferramentas. Além do estudo das figuras gráficas e padrões de candlesticks, também temos uma infinidade de indicadores técnicos. Os indicadores são ferramentas auxiliares que nos ajudam na tomada de decisão.
Uma analogia interessante é com a aviação. Os pilotos podem voar baseados tanto por orientação visual quanto pelo uso de instrumentos. No caso de um vôo por instrumentos, os pilotos se utilizam de instrumentos de bordo para conduzir a aeronave.
De forma análoga, o analista técnico pode analisar o mercado de forma visual: identificando padrões gráficos e de candlesticks; assim como através de instrumentos: indicadores técnicos.
Podemos dividir os indicadores nos seguintes grupos:
- Rastreadores de Tendência
- Momentum e Osciladores
- Volume
Abaixo vamos abordar os três principais indicadores técnicos ao se analisar uma ação. Por uma preferência pessoal e devido a teste do tempo, vamos nos ater aos indicadores mais clássicos e tradicionais da análise técnica:
1. MÉDIAS MÓVEIS
Conceitualmente falando, as médias móveis são indicadores técnicos, mais especificamente do tipo seguidores/rastreadores de tendência.
Como o nome sugere, esta classe de indicadores seguem o preço dos ativos e costumam ser referidos como indicadores de acompanhamento de tendências. Raramente, ou nunca, lideram o preço de um ativo.
Estes indicadores funcionam melhor quando o mercado apresenta uma tendência forte e são projetados para fornecer aos investidores e traders pontos de entrada em operações e mantê-los dentro da operação pelo tempo em que a tendência permanecer intacta.
Portanto, não são eficazes em mercados laterais ou sem uma tendência definida. Se usados em mercados laterais, provavelmente fornecerão muitos sinais falsos.
Uma das principais vantagens é a capacidade de capturar um movimento e permanecer em uma mesma operação, surfando todo o movimento de preços. Desde que o ativo sustente o movimento, os rastreadores de tendência podem ser extremamente rentáveis e fáceis de usar. Quanto maior a duração da tendência, menos sinais e operações envolvidas.
Se os preços de um ativo forem extremamente voláteis, as médias móveis ajudam a suavizar estes dados. Com a sua aplicação na ação de preços, as flutuações aleatórias são suavizadas, tornando mais fácil a identificação da tendência. Entretanto, cabe ressaltar que elas não preveem a direção dos preços, apenas definem a direção atual (com certo atraso). O atraso ocorre porque o cálculo é baseado em preços passados.
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2. ÍNDICE DE FORÇA RELATIVA (IFR)
Desenvolvido por J. Welles Wilder o IFR (RSI) é um indicador do tipo oscilador em bandas. Os osciladores em bandas alternam acima e abaixo de duas bandas que significam níveis de preços extemos. A banda inferior representa leituras de sobrevenda e a banda superior, leituras de sobrecompra.
Mais especificamente o IFR compara a magnitude dos recentes ganhos do ativo com a magnitude de suas perdas e transforma essa informação em um número que vai de 0 a 100. O próprio Wilder recomenda a utilização de 14 períodos em sua configuração. Entretanto, outras configurações também comumente utilizadas são: 9 e 25 períodos.
Em outras palavras, quando o IFR se aproxima de 100%, significa que a média das baixas é próxima de zero e que, nos últimos n períodos, o fechamento tem sido seguidamente positivo, mostrando que o ativo está sendo fortemente comprado e o indicador, entrando em área de sobrecompra.
De maneira análoga, quando o IFR se aproxima do 0%, significa que a média das altas está perto de zero e que, nos últimos n períodos, o fechamento tem sido seguidamente negativo, mostrando que o ativo está sendo fortemente vendido e o indicador, entrando em área de sobrevenda.
O IFR (RSI) pode ser utilizado basicamente de 3 formas distintas no seu trading system:
- Regiões de Sobrecompra e Sobrevenda
- Figuras Gráficas
- Divergências
Exemplo de divergência altista
3. VOLUME
O indicador de Volume em específico não deriva de nenhum outro dado. Entretanto, outros indicadores, como o OBV e Acumulação / Distribuição têm sua construção utilizando dados derivados do Volume fornecido pela Bolsa de Valores, portanto ele também é considerado um indicador técnico.
O Volume é um dado técnico disponível a todos. Ele representa o total de contratos negociados, ou seja, aqueles que trocaram de mãos ao longo de um determinado timeframe.
O Volume oferece confirmação ao investidor. Um dos princípios da Teoria de Dow é que o volume deve confirmar a tendência. Quando ele diminui no sentido da tendência e aumenta na direção contrária à tendência, é um sinal de alerta de que uma mudança de curso é bastante provável.
O Volume pode ser utilizado basicamente para validar (confirmar) ou não algum movimento ou padrão (figura gráfica ou candlestick) identificado no gráfico de preços.
Um rompimento de figura gráfica com volume, por exemplo, nos fornece muito mais validade ao movimento do que um rompimento sem volume. Assim como, uma tendência que se desenvolve com volume decrescente acaba por sinalizar uma fraqueza do movimento e possível reversão.
Na figura abaixo podemos ver a formação do padrão de reversão Ombro-Cabeça-Ombro (OCO). A confirmação ocorreu quando houve um fechamento abaixo da linha de pescoço (neckline). O candlestick que indicou o rompimento apresentou um elevado volume (gráfico de barras abaixo), validando o movimento.
No exemplo abaixo podemos perceber que se trata de um movimento de correção, e não de reversão, apenas ao observarmos o gráfico de volume. Perceba que, enquanto os preços sobem, o volume vai diminuindo. Claramente indicando uma fraqueza.
Ao iniciar um novo movimento de queda o volume volta a aumentar. Confirmando a tendência, em linha com o princípio da Teoria de Dow.
Se pudéssemos resumir em poucas palavras, o indicador de Volume deveria ser o filtro de confirmação em sua caixa de ferramentas da Análise Técnica.
- Volume elevado = confirmação do movimento
- Volume baixo = invalidação do movimento