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Distribuição de dividendos: aprenda tudo sobre!

distribuição de dividendos

O investimento em ações entrou de vez no portfólio dos brasileiros. A possibilidade de rentabilizar o seu patrimônio comprando ações e se tornando sócio de grandes empresas dos mais variados setores da economia se torna algo cada vez mais corriqueiro na cultura financeira do nosso país.

Entretanto, além da possibilidade de ganho de capital (comprar na baixa e vender na alta) as ações das empresas listadas na Bolsa de Valores possibilitam algumas outras formas de rentabilizar o dinheiro de seus detentores. Uma dessas formas é através da distribuição de dividendos.

Os dividendos são uma parcela do lucro da empresa que são distribuídos aos seus sócios. Ao comprar uma ação você está comprando uma parte do capital social da empresa, ou seja, ao se tornar um acionista você automaticamente se torna sócio da empresa. Como sócio, naturalmente, você tem direitos e deveres em relação a companhia, e um desses direitos é a participação nos lucros obtidos pela empresa

Entretanto, existem muitas perguntas que permeiam a grande maioria dos investidores em ações quando o tema são dividendos: 

 

POR QUE UMA EMPRESA PAGA DIVIDENDOS?

O principal objetivo de uma empresa é gerar lucro para seus acionistas. Com a geração desses lucros, a empresa tem de optar pela destinação dos recursos, que podem ser: 

  1. Investimento em frentes de negócio, com intuito de gerar mais lucro no futuro;
  2. Quitar dívidas ou aumentar sua posição de caixa, visando um balanceamento de caixa mais saudável;
  3. Remunerar seus acionistas através de dividendos.

As chamadas “empresas de crescimento” (growth stocks) tendem a utilizar o lucro para reinvestimento no negócio, possibilitando a materialização de seus projetos e aumento da receita futuramente. 

Já as empresas maduras (value investing) que já cresceram o suficiente e apresentam: boas margens, market share estabelecido, fluxo de caixa mais estável e previsível; tendem a ser boas pagadoras de dividendos. Por apresentarem menor necessidade de reinvestimento acabam distribuindo uma fatia maior de seu lucro.

 

QUAIS SÃO OS OUTROS TIPOS DE REMUNERAÇÃO?

Muito se fala de dividendos, mas na verdade há outras formas com que a empresa consegue remunerar seu acionista. As principais são:

  1. Juros Sobre Capital Próprio (JCP): Tem característica análoga a do dividendo, porém, é considerada uma despesa para a empresa e não uma distribuição do lucro. Portanto, essa variação contábil faz com que o imposto do JCP seja pago pelo investidor (IR de 15%) e não pela empresa, que costumeiramente tem alíquota de imposto maior;
  2. Recompra de Ação: Ao invés de distribuir dividendos, outra estratégia que tem se tornado comum no mercado brasileiro é a recompra de ações. A estratégia consiste na compra de ações, pela própria empresa, e posterior cancelamento. Com a redução das ações emitidas, o mesmo número de ações detidas pelo investidor passa a representar uma fatia proporcionalmente maior da empresa. Desta forma, o rendimento distribuído via proventos (dividendos ou JCP) se torna maior;
  3. Bonificação em Ações: Em algumas ocasiões a empresa pode optar por distribuir novas ações aos acionistas, ao invés de distribuir os proventos. Nesse caso, o investidor receberá uma quantidade adicional de ações, proporcional ao montante que detém.

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QUAL O DIVIDENDO MÍNIMO?

No estatuto e assembleias-gerais da empresa é que são definidos os detalhes referentes ao pagamento de dividendos. Entretanto, conforme artigos 17 e 202 da Lei nº 6.404 (Lei das S.A), o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado, contanto que sejam respeitadas as devidas premissas.

Além do dividendo obrigatório, há ainda a possibilidade de pagamento de dividendos intermediários ou complementares, que podem somar ao montante recebido pelo investidor.

 

COMO RECEBER O DIVIDENDO? E O QUE SÃO AS DATA-COM E DATA-EX?

O dividendo é ratificado por ação: se uma empresa fictícia tem 100 milhões de ações emitidas e distribuiu R$10 milhões em dividendos, cada ação dará o direito ao detentor de receber o montante de R$0,10. 

R$ 10.000.000100.000 ações=R$ 0,10 por ação

O dividendo será creditado na conta do investidor nas datas divulgadas pela empresa. Com relação as datas para o pagamento, há ainda um detalhe importante para o investidor, que são as datas “com“, “ex” e data de pagamento:

  • Data-Com: é a data que o investidor deverá deter a ação para ter direito ao recebimento do dividendo;
  • Data-Ex: é a data seguinte à Data-Com, onde novas aquisições não darão direitos ao recebimento do provento. A ação inicia suas negociações nesse dia com um desconto próximo ao valor distribuído, impossibilitando que haja arbitragem;
  • Data de pagamento: é a data em que o acionista receberá o montante devido. Na data de pagamento não há a necessidade de que o investidor ainda detenha o ativo.

Tomemos como um exemplo a empresa fictícia que anunciou o pagamento de dividendos no valor de R$0,10 por ação no dia 10/06/2022, para os investidores que detivessem as ações da empresa até dia 16/05/2022. 

  • A Data-Com seria dia 16/05/2022;
  • A Data-Ex seria dia 17/05/2022;
  • A Data de Pagamento seria dia 10/06/2022.

 

DIVIDEND YIELD E DIVIDEND PAYOUT: O QUE SÃO?

Existem dois termos muito comuns aos investidores de dividendos que são Dividend Yield e Dividend Payout:

O Dividend Yield é o percentual de dividendos que a empresa paga sobre seu valor de mercado. Ele é calculado dividindo-se o valor do pagamento de dividendos por ação de um ano, sobre o valor da cotação da ação. 

Exemplo: durante o ano de 2021, a BB Seguridade (BBSE3) pagou R$1,00 por ação e sua cotação no encerramento do ano era de R$20,75. Portanto, nessa data o Dividend Yield da empresa era de 4,82%.

O Dividend Payout é o percentual de pagamento de dividendos da empresa sobre seu lucro. Ele é calculado dividindo-se o valor do pagamento de dividendos por ação de um ano, sobre o lucro por ação (LPA) da empresa. 

Exemplo: durante o ano de 2021, a BB Seguridade pagou R$1,00 em proventos e apresentou R$1,97 de lucro por ação (LPA). O Divided Payout foi de 51%.

Mais importante que os conceitos apresentados é o entendimento de seu papel nas análises de empresas e construção de carteiras de investimento, um alto Dividend Yield costuma representar uma empresa que é boa pagadora de dividendos. Cabe também ao investidor entender a perenidade e capacidade de geração futura de lucros para a empresa. 

Um alto Dividend Payout também costuma representar uma empresa boa pagadora de dividendo, pois ela está distribuindo um alto percentual de seu lucro em proventos, com pouca necessidade de reinvestimento.

 

AÇÕES DE CRESCIMENTO OU AÇÕES DE DIVIDENDOS?

Como muitas coisas no mundo dos investimentos, não existe uma resposta certa para esta pergunta. A resposta mais adequada vai depender das características e objetivos de cada investidor. As empresas que são boas pagadoras de dividendos costumam ser opções menos voláteis e mais seguras, portanto são muito recomendadas tanto para investidores iniciantes quanto investidores que já possuem uma carteira e patrimônio maduros e esperam utilizar os rendimentos para compor seu orçamento.

Do outro lado, por projetarem fluxos de caixa maiores no futuro, as empresas de crescimento costumam apresentar muita volatilidade em períodos de incerteza econômica ou com variações em seus fundamentos. Essas incertezas podem trazer alterações substanciais no preço das ações, que tanto podem gerar perda quanto ganhos expressivos de capital para os investidores. Nesse contexto, empresas de crescimento costumam ser recomendadas para investidores mais experientes e que tenham uma carteira num grau de maturidade um pouco maior.

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Nós do Hub do Investidor acreditamos que a diversificação é a chave para o sucesso no mundo dos investimentos. A composição de uma carteira de investimentos que conta com os dois perfis de ação tende a se beneficiar das fortalezas de cada uma delas, reduzindo os riscos envolvidos.

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Ricardo Penha

Desde 2011 no mercado financeiro. Com MBA em finanças, pelo Insper. Ocupou por mais de 7 anos a área de estratégia e finanças da Ambev. É um dos fundadores do Hub do Investidor e atua levando a melhor experiência de investimentos aos clientes.

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