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Metaverso: o que é e como se conecta ao conceito de blockchain e Web 3?

Metaverso

Você está em um mundo baseado no lema de que por trás de todo avatar, há um humano empreendedor que não espera nada além de surpresas. É um lugar que será moldado pelas interações de milhares de avatares, um lugar em constante evolução. Tudo culmina em um novo tipo de entretenimento e em um mundo intrigante de onde é difícil partir”.

Essa poderia ser a propaganda do que muita gente entende como Metaverso atualmente, mas é na verdade a divulgação de um jogo RPG chamado “Habitat”, produzido pela Lucasfilm e pela Quantum Link em 1986. Um ambiente imersivo e interativo onde era possível criar e personalizar avatares, construir sua casa, comercializar itens e afins. E o mais legal, à época, era o fato de que você poderia desconectar daquele universo e, ao reconectar, tudo continuaria lá.

Por falar em games, sabemos que com a expansão do universo digital, não só os jogos online viraram febre e superaram as indústrias da música e cinema juntas, mas as experiências de realidades virtuais e realidade aumentada também passaram a se sofisticar.

O problema é que muitos desses jogos e ambientes de experiência gerados são incapazes de interoperabilidade e intercomunicação, e é aí que entra a ideia do Metaverso.

Seu conceito é tão amplo que é totalmente fluido, aberto e nada taxativo. Cada pessoa define Metaverso de uma maneira. Em geral, a ideia é justamente descrever um ambiente digital compartilhado onde há um aprimoramento da realidade física, por exemplo, pela realidade virtual e pela realidade aumentada, potencializadas pela internet. E esse avanço se deu, em muito, correlacionado com o avanço da internet até chegarmos no contexto atual de Web3.

O conceito de metaverso já existe há algum tempo, como veremos, mas agora agrega-se o uso da tecnologia blockchain, o uso dos criptoativos enquanto moedas essenciais à economia desses ambientes e o uso dos mecanismos citados. Entre os mais famosos criptometaversos existentes, estão Decentraland, Axie Infinity e The Sandbox.

 

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Apesar da brincadeira inicial com o RPG “Habitat”, podemos atribuir algumas obras como precursoras na construção da ideia de Metaverso. Como essa definição é bastante flexível e mutável, esse processo bebeu da fonte de diversas referências e fatores até chegar no que temos mais consolidado hoje, desde livros à filmes e jogos.

  1. Neuromancer: O livro cypherpunk Neuromancer, de William Gibson, escrito em 1984, aborda o conceito de “Ciberespaço”, com os indivíduos fazendo uma primeira experimentação de outras realidades ao colocarem os óculos virtuais.

  2. Snow Crash: O termo “Metaverso” em si foi cunhado mesmo em 1992 por Neal Stephenson em seu romance “Snow Crash”, onde imaginava humanos interagindo em uma versão digitalizada do mundo, abordando questões sociais e adentrando em temas contextualmente mais profundos.

  3. Second Life: Em 2003 tivemos o lançamento do famoso jogo Second Life onde os usuários interagiam em um ambiente 3D focado em relações sociais, explorando o mundo e customizando seus personagens.

  4. Ready Player One: Podemos citar, ainda, o livro “Ready Player One”, já de 2011, com uma abordagem futurista onde os personagens vivem em uma realidade totalmente distópica e caótica de crise energética, destruição e pobreza, restando aos personagens escapar dessa realidade física por meio de uma realidade virtual em um ambiente chamado Oasis. Lá, as pessoas estudam, jogam, trabalham e interagem.

 

COMO DEVEMOS ENTENDER O METAVERSO?

Já entendemos que a definição de Metaverso é aberta e difícil de ser alcançada. Podemos pensar sobre a ótica contrária e tentar entender, portanto, o que não é Metaverso.

Naturalmente, quando pensamos sobre essas experiências imersivas, pensamos automaticamente em óculos de realidade virtual, acessórios vestíveis, realidade aumentada, espaços tridimensionais, etc. Isso tudo é super válido, mas são apenas acessórios potencializadores de um aprimoramento da experiência física, como citamos. São ferramentas, interfaces, meios de contato, e nada além disso.

É importante bater nessa tecla, mesmo que de forma repetitiva, para que fique claro que o Metaverso não se resume a isso. Devemos passar a entendê-lo como um conceito infinitamente maior. Caso contrário, esse atrelamento aos dispositivos físicos pode ser um limitador do que o Metaverso possa vir a ser no futuro.

Na tentativa de ajudar a sintetizar essas ideias e entender alguns pilares essenciais para a configuração desse novo mundo, podemos e devemos olhar para os seguintes aspectos:

  1. Experiência: Diz respeito ao que fazemos no Metaverso, e a ideia é que tenhamos um ambiente de socialização. Ambiente de aventuras onde podemos experimentar coisas que seriam impossíveis de replicar no mundo físico, realizando por exemplo testes industriais antes de passarmos a aplicá-los nas indústrias reais. Ou experimentações sociais antes de implementá-las na sociedade física.

  2. Descoberta e conteúdo: Estamos gerando muito conteúdo e produtos diversos no universo online, e isso passa a migrar para o contexto dos metaversos com uma série de players gigantes participando do ecossistema. Já há empresas de roupa vendendo itens, artistas realizando shows, corridas de formula 1 e cassinos, venda de licenças de taxi e muito mais.

  3. Economia Criativa: O ponto anterior nos leva justamente à essas novas possibilidades geradas dentro desse contexto. Aqui há uma série de pontes interessantes entre o mundo físico e o virtual, e o papel dos NFTs revolucionando a forma como se garante propriedade no meio digital é crucial para que falemos nesses assuntos. Convidamos você a ler nosso artigo sobre o tema, clicando aqui.

  4. Computação Espacial: Não só do ponto de vista de uma computação que vai gerar um mundo virtual para visitarmos, e sim como instrumento de mapeamento de dados capaz de digitalizar o mundo real para gerar dados que possam ser usados nesse ambiente virtual.

  5. Descentralização: Esse ponto está totalmente conectado ao conceito de blockchain e de Web 3. Quando falamos na construção de um universo mais descentralizado e cuja propriedade dos dados e das criações esteja nas mãos dos próprios indivíduos, esse é um pilar central da construção de um Metaverso. Essa descentralização se reflete em alguns metaversos já existentes hoje, que reproduzem e/ou revolucionam dinâmicas sociais do mundo físico no mundo digital, como processos de eleição de líderes, por exemplo, nesses ambientes.

  6. Infraestrutura: Para que tudo isso funcione, hoje, é necessário ter uma infraestrutura de redes 5G, redes de última geração e de baixa latência, computadores poderosos, inteligência artificial, entre outras.

 

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Caio Goetze

Formado em Direito pela PUC-RJ e pós-graduando em Direito Digital pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a UERJ, conta com 3 anos de experiência e diversos cursos de formação acadêmica de bagagem no “criptomercado”.

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