Após a descoberta das fraudes da IRB Brasil Resseguros (IRBR3) em 2020, grandes players institucionais montaram posições vendidas, como a gestora Squadra, que em nota comunicou que continua com uma pequena posição em short. Desde 2020, as ações já acumulam uma queda de quase 95%.
Fonte: Google Finance
Esse desejo do mercado por shortear IRBR3 se tornou tão grande que a B3 teve que aumentar o seu limite. Regularmente, é possível que 25% das ações em free float de uma companhia sejam de posições alugadas, no entanto, ontem, ao ultrapassar esse limite, a B3 o estendeu para 30%.
Com essa alta demanda por entrar vendido nos papéis, a taxa de aluguel, em quase um mês, saiu de 20% a.a. para 63,65% a.a.
Taxa de aluguel IRBR3
Fonte: IQB3
Caso o novo limite seja atingido, a bolsa poderia estender novamente, mas em um comunicado feito pela B3, ela anunciou que caso esse limite seja novamente alcançado, eles irão interromper os novos contratos e decretar o encerramento de algumas operações.
Por outro lado, indo na direção contrária do mercado, o Luiz Barsi, maior investidor pessoa física da bolsa brasileira, possui uma pequena posição na empresa. Sua filha, Louise Barsi, membro do comitê de auditoria da companhia, declarou em uma transmissão que essa posição se enquadra na carteira de oportunidades, que se caso derem certo, pagarão muitos dividendos no futuro, mas não existe certeza.
Portanto, acreditamos que o preço de tela de IRBR3 pode sim estar distorcido por esses movimentos, e a companhia pode apresentar uma melhora e se recuperar em um longo prazo, mas o futuro ainda continua extremamente incerto, sem bases muito concretas para chegar em um valuation sólido.