Como comparar investimentos de renda fixa?

investimentos de renda fixa

Assim como quando compramos produtos em lojas, é importante comparar os diversos produtos disponíveis para decidir qual deles é o ideal para suas necessidades. O mesmo vale para os investimentos de renda fixa.

Diante de tantas possibilidades de investimentos diferentes em renda fixa atualmente no mercado, é muito fácil se perder e acabar tomando decisões que podem resultar em arrependimentos ou até mesmo perdas, mesmo que este tipo de investimento possa ser considerado mais conservador.

Desta forma, este artigo tentará explicar de forma simples as principais características que o investidor deve observar para comparar investimentos de renda fixa e escolher o investimento que melhor atende suas necessidades.

Dentre as principais características que o investidor deve se atentar ao investir em renda fixa, podemos listar:

 

A seguir, falaremos um pouco mais sobre estes pontos.

 

1 – Risco e Rating

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Notas de agências de risco – Fonte: G1

 

Todos os investimentos de renda fixa possuem risco de crédito em algum grau, ou seja, risco de que o emissor do título não pague suas obrigações com o investidor. É possível mitigar este risco escolhendo papéis emitidos por empresas que possuam um rating – que é uma nota de risco de crédito atribuída por agências internacionais – elevado.

O ideal é que o investidor escolha títulos com boa classificação de risco e que possuam boa rentabilidade. Vale lembrar, no entanto, que o risco é proporcional ao retorno, ou seja, quanto maior o risco do investimento maior deve ser a rentabilidade esperada do título. Caso o investidor se depare com dois títulos com o mesmo prazo e rentabilidade, mas com ratings diferentes, a escolha mais racional será pelo título que possui o melhor rating.

Também são considerados mais seguros os títulos que possuem proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que paga o investidor no caso de insolvência do emissor. Esta garantia é limitada a R$ 250 mil por investidor por instituição financeira e só vale para títulos emitidos por bancos como CDB’s, LCI’s e LCA’s, no entanto.

 

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2 – Prazo e Liquidez

Antes de olhar para a rentabilidade, é necessário definir qual o prazo do investimento e se ele está alinhado com os objetivos do investidor. Isto é importante, pois, títulos com maior prazo para resgate e menor liquidez normalmente possuem rentabilidade superior aos que possuem menor prazo/maior liquidez.

Além disso, títulos pré-fixados sofrem marcação a mercado e variam seu valor até o vencimento, o que pode resultar em perdas caso haja aumento das taxas de juros e o investidor precise resgatar o título antes do vencimento.

 

3 – Rentabilidade, Custos e Impostos 

Definido o risco e o prazo desejado, o investidor deve procurar o título que atenda às suas necessidades e possua a melhor rentabilidade. Para isso, ele pode acessar a plataforma de renda fixa de sua corretora e filtrar apenas os títulos que respeitam seus pré-requisitos.

Além disso, é sempre bom comparar a rentabilidade ofertada pelas instituições entre diferentes instrumentos como CDB’s, LCI’s, LCA’s, CRI’s, CRA’s, debentures, etc.

Como alguns destes instrumentos possuem isenção de imposto de renda, é necessário calcular a rentabilidade de cada título em pé de igualdade, descontando este efeito.

investimentos de renda fixa e imposto de renda

Fonte: Receita Federal

A cobrança de IR é efetuada por meio de uma tabela regressiva, onde títulos mais longos pagam alíquotas menores. O investidor deve levar isso em consideração na hora de realizar o cálculo da rentabilidade, sendo que o benefício tributário de se investir em títulos isentos de IR é maior quanto menor o prazo do investimento.

Para calcular qual seria a taxa equivalente de um título isento de IR (LCI, LCA, CRI, CRA, etc.) para determinada taxa de CDB, o investidor pode descontar o imposto de renda da seguinte maneira:

Taxa LCI/LCA = Taxa do CDB x (1 – alíquota de imposto de renda)

Ou, para transformar a rentabilidade de uma LCI/LCA em uma rentabilidade de CDB equivalente:

Taxa do CDB = Taxa LCI/LCA ÷ (1 – alíquota de imposto de renda)

É necessário, também, definir se o investidor deseja investir em títulos pré ou pós fixados, bem como se prefere títulos com a rentabilidade indexada a algum índice, como a inflação (IPCA), por exemplo.

A escolha entre uma taxa pré ou pós-fixada tem caráter um pouco mais especulativo, tendo em vista que não se pode dizer com alto grau de assertividade quais serão a taxa de juros no vencimento de um título. Caso o investidor acredite que as taxas de juros irão cair, os títulos pré-fixados deverão oferecer maior rentabilidade que os pós-fixados.

Caso os juros subam, o investidor obterá maior rentabilidade com os títulos pós-fixados, mas a rentabilidade dos pré-fixados será a mesma se resgatados apenas no vencimento.

Caso o investidor queira comparar a rentabilidade dos títulos de renda fixa pós-fixados com o dos pré-fixados considerando apenas as taxas de juros atuais, o cálculo é simples: basta multiplicar a taxa do CDB pela do DI. Por exemplo: digamos que você tenha um CDB que renda 110% do DI, e que a taxa do DI hoje seja de 13,65%. Basta fazer o cálculo:

13,65*1,10 = 15,015 = 15,01%

Assim, um título que paga 110% do CDI e com vencimento hoje estaria pagando ao investidor o equivalente a uma taxa pré-fixada de 15,01%.

O valor da taxa DI pode ser encontrado na primeira página do site da B3.

 

4 – Pagamento ou não de cupom

O cupom é nada mais do que um pagamento periódico – geralmente semestral – durante a duração de um título de renda fixa, sendo similar a um dividendo. Este tipo de título é mais recomendado para investidores que desejam extrair uma forma de renda periódica de seus investimentos.

Apesar serem interessantes para alguns investidores, os títulos com cupom possuem uma desvantagem tributária, pois, são tributados conforme a tabela regressiva. Isso significa que mesmo que o investidor adquira um título com vencimento acima de 720 dias, por exemplo, o cupom será tributado com a alíquota correspondente ao período em que foi pago: pagando uma alíquota de 22,5% caso pago até 180 dias da compra do título, 20% se pago entre 181 e 360 dias, etc.

Assim, caso o investidor não precise de uma renda periódica, é mais recomendável que ele adquira títulos sem cupom.

A comparação de investimentos pode ser bastante complexa para novos investidores e, neste artigo, tentamos simplificar ao máximo as informações. Caso ainda haja dúvidas, você pode contar com a ajuda do Hub do Investidor por meio de nossa assessoria especializada. Basta clicar na imagem baixo.

 

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Guilherme Garmatter

Economista pela UFPR, administrador de carteiras licenciado pela CVM e programador. Também possui ampla experiência como assessor de investimentos e já trabalhou em grandes bancos como Santander e HSBC.

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