O Value Investing é uma das mais vencedoras filosofias de investimento em ações que existe, sendo a seguida pelos investidores de mais sucesso da história.
O mais proeminente desses investidores, atualmente, é o Bruce Greenwald, que além de investidor é professor de Columbia e escritor de incríveis livros sobre investimentos, como “Value Investing” e “Competition Demystified”, além de dezenas de artigos sobre o tema.
Greenwald se inspirou nos percursores do Value Investing, Graham e Dodd, analisando os demonstrativos financeiros históricos das empresas. Além disso, focava com muitos detalhes no ambiente competitivo em que as companhias estavam inseridas.
Na teoria o Value Investing parece extremamente fácil. Na prática, porém, é bastante complicado. Inicialmente, temos a dificuldade de descobrir o valor justo da ação, pois isso não é uma ciência exata e não é possível chegar a um número mágico, uma vez que depende de inúmeras premissas e variáveis.
Estimar com algum nível de precisão o valor justo das empresas é uma árdua tarefa. Assim, o segredo está em investir em ações que estejam negociando com muita margem de segurança, pois mesmo que o investidor não acerte o valor justo, sua atitude conservadora foi suficiente para não lhe fazer perder dinheiro.
Essa é, inclusive, uma das principais vantagens em se fazer profundos estudos de valuations e estimar fluxos de caixas para descontá-los a valor presente: ver o que precisa dar errado para o investimento não ser atrativo.
Entender profundamente o modelo de negócios das empresas, segundo Greenwald, é o que faz com que os investidores não acabem vendendo em momento de irracionalidade do mercado e queda das ações.
O professor, assim como Buffett, defende o círculo de competência, em que o investidor deve usar o seu conhecimento para se especializar na análise de um setor ou tipo de negócio, uma vez que não é possível saber tudo.
Warren Buffet, por exemplo, concentra seu portfólio em bancos e seguradoras, pois conhece bem os riscos e retornos desses setores, além da Apple que é sua maior posição nos ativos líquidos da Berkshire Hathaway.
O autor também faz uma diferenciação entre informações de qualidade e sem qualidade, sendo o balanço patrimonial uma informação de qualidade, pois é algo que de fato ocorreu, ao passo que não dá tanta importância para a macroeconomia.
Informações projetadas em um horizonte curto até podem ser consideradas como uma informação de qualidade, por exemplo, o fluxo de caixa de uma empresa projetado daqui a um ano. Contudo, projetar 10 anos para frente é uma tarefa muito mais complicada.
Pelo método do fluxo de caixa descontado, a prática mais comum no mercado, normalmente se projeta um horizonte de cerca de 10 anos e se soma os fluxos de caixa trazidos a valor presente, acrescidos de uma perpetuidade.
Em suma, acaba-se chegando a um resultado pouco preciso, segundo Greenwald, pois se está somando uma informação de baixa qualidade com informação de alta qualidade.
Para Greenwald existem maneiras alternativas mais precisas de mensurar o valor justo de um ativo, como o custo de reposição, ou seja, se outra empresa copiar o mesmo modelo de negócio de uma outra empresa, quanto ele teria que investir para isso.
Vale salientar que isso funciona melhor para empresas de setores específicos, por exemplo, é mais fácil estimar o custo de reposição de um shopping do que de uma empresa de softwares.
Além disso, o Value Investing defende que o valor de um ativo está relacionado com a sua capacidade de geração de caixa. Assim, em casos em que o modelo de negócio não seja viável e que não gerará fluxos de caixa futuros, o correto, segundo Greenwald, é utilizar o valor de liquidação.
Nesses casos, o jeito mais seguro de ganhar dinheiro seria quando ocorresse a liquidação dos ativos da empresa, ou seja, pagamento dos passivos e distribuição do restante aos acionistas.
Greenwald diz que o preço da ação varia, mas o valor justo é mais estável, o que abre margem para o value investor. Se o investidor encontrar uma ação que negocia a um valor inferior ao custo de reposição dos ativos, ele pode ter encontrado um investimento de valor com uma boa margem de segurança, assumindo a viabilidade financeira da companhia.
Greenwald destaca a importância das barreiras de entrada para manter o retorno sobre capital dos negócios de qualidade, pois, sem essa vantagem, a competição correria o ROIC das empresas.
Isso porque os novos entrantes disputariam preços, praça e produtos com as incumbentes dos setores.
“A experiência de muitos anos nos ensinou que as principais perdas para os investidores são oriundas da compra de papéis de baixa qualidade em uma conjuntura de mercado favorável”, é uma frase de Greenwald que é bastante importante.
Segundo o autor, uma das tarefas mais difíceis é entender se o negócio tem uma vantagem competitiva legítima e duradoura, já que em sua ausência, sequer o crescimento tem valor, podendo, em alguns casos, destruir valor.
No que diz respeito a quais ações investir, Greenwald acredita que ações obscuras, as quais o mercado não está olhando, são ótimos lugares para procurar valor, pois ações que estão fora do radar dos grandes investidores podem oferecer melhor assimetria entre preço e valor, dado menor liquidez.
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