Mercado do boi gordo: como foi maio e o que esperar até meados de junho?

mercado do boi gordo

O mercado do boi gordo no mês de maio foi caracterizado por uma forte depreciação, resultando em um cenário desafiador em todas as praças pecuárias do Brasil.

Vários fatores contribuíram para essa situação. São eles:

  • Safra de capim chegando ao fim: No mercado brasileiro, em particular na região central do Brasil, estamos nos aproximando do final da safra de capim. Esse período representa uma redução na oferta de alimentos para o gado, o que influencia diretamente os preços do boi gordo.

  • Descarte de fêmeas: Observamos um aumento significativo no descarte de fêmeas, possivelmente o maior desde 2003. Levando em consideração a retenção observada em 2021, esperava-se uma tendência oposta, com uma maior retenção de matrizes. No entanto, a realidade atual indica um forte descarte desses animais no mercado.

  • Mercado cambaleante: Tanto a demanda internacional quanto a demanda interna no mercado brasileiro apresentaram um desempenho fraco. Ainda estamos lidando com uma demanda ainda bem compassada quando consideramos os anos de máxima para o mercado pecuário. Isso tem impactado negativamente nos preços e na liquidez do mercado.

Um aspecto positivo de maio foi o recorde de exportações em termos de volume de carne bovina pelo mercado brasileiro. Vale frisar também que o mercado chinês apresentou uma retomada consolidada em relação às suas compras.

No entanto, em contrapartida, o preço pago pela tonelada de carne bovina exportada registrou uma queda de quase 20% em comparação ao ano anterior, o que indica um desinteresse da indústria exportadora em pagar um preço mais alto pelo bovino terminado no mercado brasileiro. Além disso, a oferta maior de carne também contribuiu para essa queda nos preços.

No mercado interno, observamos que o setor atacadista de carne com osso repassou as quedas no preço da arroba do boi gordo. Ou seja, em termos práticos, isso significa que com a queda do arroba do boi gordo, o setor atacadista repassou a desvalorização no preço para os cortes de carne que são vendidos em maior quantidade, mantendo assim uma proporção equilibrada entre os preços.

Outro ponto de atenção é que a demanda ainda estava enfraquecida no mercado varejista. O mês de maio encerrou com reduções nas cotações tanto para o boi inteiro quanto para o boi castrado no atacado com osso.

No entanto, com a chegada da primeira semana do mês e junho, momento em que grande parte dos trabalhadores recebem seus salários, já começamos a ver um aumento no consumo de carne bovina, principalmente dianteiros e pontas de agulha com bastante saída nos pontos de venda.

A população com maior capitalização financeira e as quedas recentes nos preços favorecem o escoamento da carne bovina no mercado varejista. Portanto, não seria surpreendente se a partir da segunda semana de junho ocorressem altas pontuais nos preços do atacado com osso, dependendo de como os estoques no varejo forem reduzidos até lá.

 

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Caio Goetze

Formado em Direito pela PUC-RJ e pós-graduando em Direito Digital pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a UERJ, conta com 3 anos de experiência e diversos cursos de formação acadêmica de bagagem no “criptomercado”.

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