Lula anuncia ministros de seu novo governo

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Após uma eleição presidencial bastante conturbada e que deixou o país dividido, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva já indicou alguns nomes que deverão compor sua equipe econômica. Dentre as indicações estão os cargos de presidente do BNDES, ministério da Gestão e ministério da Fazenda. Além disso, alguns outros ministros que deverão compor a equipe para o novo governo também já foram anunciados. Confira abaixo os principais nomes e seu posicionamento.

 

Aloizio Mercadante

Dentre os primeiros nomes anunciados pelo futuro presidente para composição de sua equipe e um dos motivos centrais para a alteração da lei das estatais, aprovada em dezembro deste ano, está Aloizio Mercadante.

Mercadante foi indicado pelo presidente eleito para o cargo de presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por viabilizar financiamentos para projetos de investimento no país. Mercadante já foi ministro da Educação, Ciência e Tecnologia e da Inovação e ministro-chefe da Casa Civil durante o segundo governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Além disso, o ex-deputado também foi coordenador do programa do governo Lula nas últimas eleições.

A escolha de Mercadante gerou algumas preocupações entre os agentes econômicos, já que ele foi um dos responsáveis pelo modelo de investimentos do BNDES durante o governo de Rousseff, considerado pelo mercado como tendo sido responsável por uma série de desequilíbrios fiscais.

 

Fernando Haddad

Outro nome importante na equipe econômica de Lula é o de Fernando Haddad, que foi nomeado como o futuro ministro da Fazenda. Haddad é professor de Direito e teve experiência no setor público, tendo atuado como ministro da Educação durante o governo de Lula e como prefeito de São Paulo entre 2013 e 2017.

Haddad é considerado um defensor de políticas mais intervencionistas e tem uma visão mais crítica em relação ao mercado, defendendo a importância do Estado na economia e a necessidade de políticas públicas para a promoção do crescimento econômico e da inclusão social.

Para mais informações sobre Fernando Haddad e como sua indicação pode afetar seus investimentos, você pode conferir nosso insight mais aprofundado sobre o tema:

Haddad na Fazenda, como o atual cenário afeta seus investimentos?

 

Também está disponível um debate do novo ministro junto ao Insper em 2015, clique aqui e confira.

 

Esther Dweck

Outro nome anunciado pelo novo governo é Esther Dweck, que deverá assumir o ministério da Gestão. Dweck é professora do Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e possui doutorado em economia da indústria e da tecnologia pela mesma instituição.

Esther tem forte atuação no setor público e ocupou um papel estratégico na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, ocupando, entre 2011 e 2016, o Ministério do Planejamento. Em 2020, Esther também foi coautora do livro “Economia Pós-Pandemia: desmontando os mitos da austeridade fiscal e construindo um novo paradigma econômico”, se mostrando crítica a noção de austeridade/equilíbrio fiscal e tendo apreço por ideias de políticas industriais com base no protecionismo comercial.

Você também pode conferir por meio do link uma entrevista realizada em 2021 onde Esther expõe suas opinião sobre alguns pontos.

 

Bernard Appy

Outro nome importante na equipe econômica de Lula é o de Bernard Appy, que foi indicado para a posição de secretário especial para a reforma tributária. Appy é atualmente o diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e é considerado um dos maiores especialistas em reforma tributária no país, sendo um dos autores de proposta de reforma de tributos sobre consumo em discussão no Congresso. Além disso, ele tem longa experiência no setor público, tendo atuado como Secretário Executivo e de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2009, durante o governo Lula.

A escolha de Appy para a reforma tributária foi vista de forma positiva pelos agentes econômicos, que consideram que a reforma será uma agenda prioritária e que os trabalhos já realizados pelo Congresso poderão ser aproveitados na próxima legislatura.

 

Gabriel Galípolo

Gabriel Galípolo, ex-presidente do Banco Fator, foi escolhido por Haddad como secretário-executivo do ministério da Fazenda, que é o segundo em importância na hierarquia da pasta.

Apesar de não ser ortodoxo suficiente para alguns agentes do mercado e sendo visto até mesmo como um heterodoxo por outros, Galípolo está longe de ser um pesadelo para o mercado financeiro: possuindo capacidade de interlocução com agentes do mercado e entendendo o debate sob a ótica da Faria Lima.

Além disso, o economista sustentou durante uma palestra virtual que, em um cenário de derrocada da economia provocada pela crise do Covid-19, as políticas de estímulos adotadas pelos governos mundiais não provocariam inflação, o que se mostrou incorreto.

A escolha de Galípolo foi recebida de forma mista pelo mercado.

Você também pode conferir por meio do link uma entrevista realizada em 2021 pela CartaCapital onde Gabriel expõe sua opinião sobre alguns pontos.

 

Guilherme Mello

Outro nome que também fará parte da equipe econômica de Lula é o de Guilherme Mello, que foi nomeado como o futuro secretário de Política Econômica. Mello é professor de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp) e faz parte do grupo de “economistas da Unicamp”, conhecidos pela linha heterodoxa no pensamento econômico e em linha com outras indicações como a de Esther Dweck, por exemplo.

Mello tem defendido a priorização da política social e um Estado com o papel de prover investimentos, além de ter uma concepção crítica em relação à noção de austeridade/equilíbrio fiscal.

Além disso, ele também tem defendido a criação de um novo arcabouço fiscal e o fim do teto de gastos, que ainda deverá ser discutido entre o governo e o Congresso.  O economista tem evitado comentar o formato da nova regra, sob a alegação de que não há uma proposta definida. Em entrevista recente à Folha de S.Paulo, Mello afirmou que “O governo Lula terá, como sempre teve, compromisso com a responsabilidade fiscal. Mas esse compromisso não vai ser às custas dos mais pobres, da responsabilidade social”.

Você também pode conferir por meio do link uma entrevista recente da InfoMoney onde Guilherme Mello expõe sua opinião sobre alguns principais pontos.

Em conclusão, os novos ministros apresentam de maneira geral uma baixa pluralidade de ideias e um caráter mais heterodoxo, com maior influência do governo na economia. Além disso, alguns dos nomeados possuem relação próxima com o governo Dilma Rousseff e suas ideologias, que resultaram em uma grave crise política e recessão na última década.

Ainda é cedo, no entanto, para dizer quais serão exatamente os impactos das indicações na bolsa e como isso poderá afetar os seus investimentos. É preciso que o investidor tenha cautela e gerencie seu patrimônio de forma a mitigar riscos, sobretudo o fiscal. Comentamos mais a respeito no nosso artigo:

Como investir em 2023: principais tendências!

 

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Guilherme Garmatter

Economista pela UFPR, administrador de carteiras licenciado pela CVM e programador. Também possui ampla experiência como assessor de investimentos e já trabalhou em grandes bancos como Santander e HSBC.

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