Na última sexta-feira, alguns ministros foram confirmados pelo presidente eleito, dentre eles, Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda. Vale lembrar, que o atual Ministério da Economia, será desmembrado em: Ministério da Fazenda, de Planejamento, Orçamento e Indústria, Comércio e Serviços.
Em partes, como o mercado já estava precificando o Haddad como Ministro, na sexta, não houve grandes euforias. No entanto, nesta segunda (12/12), somando o anúncio dos ministros com outras notícias polêmicas, o Ibovespa retornou aos 104 mil pontos, caindo quase 3%.
Fonte: Google Finance
Hoje, o que movimentou negativamente a bolsa brasileira, foram: a possibilidade de Aloizio Mercadante ser indicado para a presidência do BNDES ou Petrobras e a possível revogação da Lei das Estatais por meio de uma Medida Provisória.
Ambas as notícias trazem uma grande incerteza para a economia brasileira e principalmente para as estatais listadas em bolsa, como PETR4 e BBAS3, já que o caráter e as sinalizações deste novo governo, é mais intervencionista.
Quem é Fernando Haddad?
Em suma, Fernando Haddad é bacharel em direito, mestre em economia e doutor em filosofia, todas pela USP. Além disso, atuou como Ministro da Educação de 2005 a 2012, e foi prefeito da cidade de São Paulo em 2016.
Como a indicação de Fernando Haddad é negativa para a economia?
Apesar de possuir um certo currículo e experiência na área pública e privada, Haddad é visto pelo mercado como um nome político, isto é, por ser filiado ao PT, possuir uma conexão maior com Lula e ao partido, espera-se que suas atitudes possuam mais viés político do que técnico, passando pautas que sejam de interesse do partido como um todo.
É completamente diferente, de um nome mais técnico, como Henrique Meirelles, que possivelmente conseguiria fazer uma articulação tanto com o Estado quanto com o Mercado.
Ainda, Haddad se mostrou desfavorável ao teto de gastos, alegando que o novo arcabouço fiscal irá o substituir e pretende receber propostas de técnicos do Tesouro, da academia e economistas em quem confia.
Tange ao impossível prever com precisão qual será o desfecho desta história, o que pode acontecer e como isso pode impactar o mercado e a bolsa. Entretanto, algumas coisas devem ser acompanhadas com maior atenção, dentre elas, o aumento das despesas.
Por exemplo, a PEC da transição, que prevê um aumento de R$175 bilhões acima do teto, faz com que a dívida pública brasileira aumente e provavelmente se mantenha em patamares altos, consequentemente, eleva-se o risco fiscal e junto, a taxa de juros básica da economia (Selic), o que por sua vez, faz com que o lucro das companhias sejam reduzidos, a economia desacelere e a população brasileira, que é altamente endividada, sofra ainda mais.
Em contrapartida, é possível que esse aumento de gastos seja financiado (em partes) pelo aumento de tributos, mesmo esta medida não sendo popular, nem na sociedade nem no congresso.
Até agora, resta uma pequena esperança de que o restante do time, abaixo do Ministro da Fazenda, seja composto por integrantes mais técnicos, agregando uma menor preocupação no geral, mas, novamente, é algo imprevisível, que pode ou não acontecer.
Por fim, sabe-se que independente do restante do time e das abordagens utilizadas, os ministros e membros da equipe, enfrentarão grandes desafios, como, controle fiscal, reforma tributária, uma possível recessão global, entre outros.
Considerações Finais
Portanto, vê-se que este cenário mais incerto e com maiores preocupações, no que tange à maior interferência na economia e política fiscal, trazem uma instabilidade para o mercado, que acaba precificando esse risco, ajustando a expectativa de lucro para as empresas.
No geral, a maior preocupação é com a taxa de juros. O mercado, atualmente, vê uma taxa de juros se mantendo em um patamar elevado por um período mais longo, fazendo com que a bolsa ande de lado ou se mantenha em patamares mais baixos.
Dessa forma, nossa leitura é de que a preocupação do mercado não é descabida. No curto e médio prazo, ainda há muita coisa para acontecer, possivelmente com altas oscilações. No entanto, esse cenário, permite com que os investidores de longo prazo, consigam adquirir ações de boas companhias a um preço descontado.
Já para os investidores conservadores, não acreditamos que esse cenário seja inavegável, há oportunidades na renda fixa, na bolsa brasileira, nos mercados internacionais e outros investimentos alternativos. Portanto, uma boa combinação desses ativos, trazem uma descorrelação, segurança e rentabilidade para a sua carteira!
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