O mercado de criptomoedas teve um final de semana de pouquíssima variação e baixo volume, apresentando dois dias seguidos de sensível baixa. Nesta segunda-feira, o movimento visto nos últimos dias segue acontecendo e o bitcoin opera em queda, sendo negociado a US$ 16.970.
Destacamos, mais uma vez, que este é um patamar importantíssimo à medida que corresponde ao custo de produção de BTCs por parte dos mineradores. Uma perda dessa região pode disparar alguns gatilhos.
E além dos fatores inerentes ao mercado de criptomoedas, seguimos essencialmente de olho na macroeconomia. Nesta quarta-feira, dia 14, o mercado estará focado na decisão do FOMC sobre a taxa de juros norte-americana. O tom do discurso deverá indicar os próximos passos a serem adotados para o ano que vem.
Fonte: CME group
O mercado espera amplamente que o FED adote uma postura mais “dovish” em relação a seus últimos quatro aumentos que foram de 75 pontos base, motivo pelo qual 74.7% aguarda um aumento de 0.5% ainda que Powell e outros membros do órgão reiterem consistentemente seus compromissos com a contenção do aumento dos preços nas últimas semanas.
Antes disso, porém, teremos ainda a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) amanhã. Na última sexta-feira, vale lembrar, as ações da bolsa americana fecharam em baixa após um aumento acima do esperado do PPI de novembro, sugerindo que as medidas de contenção da inflação podem não ter sido totalmente eficazes e fazendo com que Nasdaq e S&P500 caíssem cerca de 0.7% cada.
Apesar de muitos analistas considerarem que o pior já passou e que “quem tinha que quebrar no mercado crypto já quebrou”, ressaltamos a importância de fazer um bom gerenciamento de risco e não bater o martelo com algo tão pouco assertivo.
Podemos ver os mineradores sob estresse e uma eventual quebra da Genesis forçando a DCG a liquidar seus bitcoins, o que jogaria o mercado para baixo. Em nossa avaliação, hoje, estes são os principais pontos de cautela no mercado.
O fato é que, com as quedas vistas neste ano, os tubarões e baleias tem aproveitado para voltar a acumular massivamente bitcoins. Após uma forte queda, iniciada em dezembro de 2020, no número de endereços que possuem entre 10 e 1000 BTCs, voltamos a ver um aumento muito expressivo desde fevereiro de 2022. Agora, há 151.080 endereços que correspondem a esse padrão.
Fonte: Santiment
E não é somente de bitcoins que o investidor vive. Também podemos notar um aumento nas carteiras de Ethereum principalmente no mês de novembro. Endereços entre 1-10, 10-100, 100-1000 e acima de 10.000 ETH registraram expressivas acumulações. O número de “crabs” (aqueles que possuem até 10 ETH) registrou um aumento constante entre o início de 2020 e maio de 2021.
Fonte: Glassnode
Já os endereços que possuem entre 10 e 100 Ethereum são chamados de “Fish”. Atualmente, temos cerca de 300.000 endereços dessa proporção, números que vem aumentando desde meados de 2017, mas que apresentou um “spike” em novembro.
Fonte: Glassnode
Enquanto isso, os “sharks” são aqueles que tem entre 100 e 1000 Ethereum, e eles vem em uma crescente desde meados de 2017. Esse crescimento parou apenas por um curto período durante o primeiro semestre de 2021, mas voltou de maneira mais ponderada desde então. Sua taxa de crescimento registrada em novembro é a mais alta desde o pico no número de endereços de “Sharks” em meados de 2020. carteiras Ethereum
Fonte: Glassnode
Por fim, as “mega whales” representam carteiras com mais de 10.000 Ethereum, e sua taxa de crescimento mostra similaridades com os “crabs”, fish” e “sharks”. De acordo com o gráfico abaixo, o número de endereços de “Mega Whales” atualmente está em torno de 1.200, marcando a acumulação mais significativo desde meados de 2021.
Fonte: Glassnode