Fidelity: Interesse institucional por ativos digitais segue crescendo!

Fidelity Digital Assets

Desde 2018, a Fidelity Digital Assets realiza um estudo anual para entender melhor as percepções e abordagens dos investidores institucionais sobre ativos digitais.

No último relatório preliminar divulgado, intitulado de “Fidelity Digital AssetsSM 2022 Institutional Investor Digital Assets Study”, destacaram-se alguns dados-chave mostrando tendências na adoção geral nos EUA, Europa e Ásia. Evidenciou-se, também, como investidores institucionais estão pensando sobre o papel dos ativos digitais nas carteiras de investimentos.

O estudo foi realizado em um período sensível do mercado, abarcando desde o primeiro dia do ano até 24 de junho, época em que vimos a formação de um forte fundo.

Fidelity Digital AssetsSM 2022 e o preço do bitcoin

O número de entrevistados que indicaram possuir ativos digitais aumentou de 52% para 58% no último ano, mesmo em meio à queda sistêmica do mercado. À título de comparação, em 2019 , a Fidelity ressaltou que apenas 22% dos entrevistados haviam mencionado se expor à esta classe de ativos.

Já o número de investidores que afirmou que ativos digitais devem fazer parte dos portfolios de investimento dos investidores subiu de 80% para 81% no mesmo período. O possível baixo crescimento pode se dar, em parte, pela crescente correlação criada entre o mercado de criptoativos e o mercado tradicional, tendo em vista que 25% dos entrevistados citaram este fator (descorrelação) como atraente, em comparação aos 37% do ano passado.

pesquisa da Fidelity e o portfólio de investimentos

Isto se deu, em grande parte, pelo aumento no número de investidores com percepção positiva sobre bitcoin e demais ativos digitais em geral principalmente nos Estados Unidos e Europa com relação ao ano passado.

Quando avaliamos o perfil dos entrevistados, vemos que a consideração positiva e a adoção de ativos digitais é maior entre os investidores de mais alto patrimônio líquido, fundos de hedge cripto/venture capital e consultores financeiros. Em contrapartida, a adoção é menor entre family offices, fundos de hedge tradicionais, fundações, entre outros.

Fidelity e a adoção dos ativos digitais

Entre as motivações consideradas mais atraentes para investir no nicho, os investidores institucionais ​​citaram:

  1. o alto potencial de valorização,
  2. o papel tecnológico inovador
  3. O aspecto de descentralização.
  4. A falta de intervenção governamental
  5. Descorrelação com ativos tradicionais. Este aspecto, como falamos, diminuiu entre os motivos citados tendo em vista que vimos a construção cada vez mais sólida dessa correlação, mas ainda permanece em 5º lugar. Em contrapartida, as citações sobre DeFi e oportunidades de Yield Farming cresceu em relação à 2021.

Já o número de entrevistados que planeja investir no nicho cresceu de 71% em 2021 para atuais 74%. O destaque fica para os investidores com alto patrimônio líquido dos Estados Unidos, que saltaram de interesses antigos na casa de 31% para atuais 74%.

Globalmente, os fundos de hedge tradicionais pesquisados ​​indicaram um perspectivas mais moderada para compras futuras do que no ano anterior, impulsionadas pelos EUA e Europa, embora os investidores asiáticos tenham relatado uma maior probabilidade de fazer um compra futura.

Enquanto isso, os fundos de pensão e os planos de benefício definido (BD) ​​relataram mudanças sensivelmente negativas na preferência de investimento futuro. Em contrapartida, houve um grande aumento no número de investidores norte-americanos ​​que indicaram que podem investir futuramente. Entre pensões e planos de benefício definido entrevistados na Ásia, a intenção futura de compra diminuiu.

Quando olhamos para os maiores obstáculos destacados como empecilhos para realizar investimentos, a volatilidade de preço se mostra a principal barreira (50%). Entre outras preocupações citadas, vemos:

  1. A falta de fundamentos necessários para avaliar o valor apropriado dos ativos (37%),
  2. Preocupações relacionadas à segurança (35%),
  3. Manipulação de mercado (35%),
  4. Questões regulatórios capazes de classificar determinados ativos como securities não registradas (33%)

 

Em suma, a pesquisa da Fidelity indica que os investidores institucionais permanecem positivos em relação aos ativos digitais, com os níveis de interesse se mantendo em uma tendência crescente. Isso se alinha com os recentes impulsos de gigantes players financeiros tradicionais bem estabelecidos, como BlackRock, Schwab, Citadel, BNY Mellon e Nasdaq.

Caio Goetze

Formado em Direito pela PUC-RJ e pós-graduando em Direito Digital pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a UERJ, conta com 3 anos de experiência e diversos cursos de formação acadêmica de bagagem no “criptomercado”.

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