Acumulando quase 90% de queda desde o IPO, as ações da Espaçolaser (ESPA3) não entregaram o resultado esperado pelo mercado, e vem passando por momentos mais difíceis, como o crescimento aquém do esperado, problemas de governança e um alto endividamento.
Fonte: Google Finance
Os resultados mais recentes da companhia não foram dos melhores, apesar da abertura de lojas, os resultados caíram bastante em relação ao 2T21, o seu resultado operacional (EBITDA), caiu cerca de 68%. Sua margem líquida foi negativa, mesmo olhando para o semestral.
Fonte: RI EspaçoLaser
Esse resultado foi influenciado pelo baixo desempenho operacional, mas também por um dos principais receios do mercado quanto a empresa, o alto endividamento, o seu índice de alavancagem (dívida líquida/EBITDA) atualmente está em 3,1x. Esse endividamento, somado com a alta da Selic, refletiu em um resultado financeiro bem negativo.
Não obstante, parte do dinheiro captado no IPO em 2021, foi utilizado para recomprar algumas franquias, o problema é que algumas dessas franquias eram de membros da família do controlador, o que pode ser interpretado como um possível conflito de interesses com os acionistas minoritários.
Para continuar esse problema, a Espaçolaser anunciou que pretende captar até R$225 milhões em aumento de capital, a oferta de ações será inicialmente destinada aos já acionistas. Para deixar o negócio mais atraente, a oferta de ações contarão com um desconto, e serão ofertadas por um preço de R$1,92.
Dessa forma, acreditamos que ainda há grandes obstáculos para a Espaçolaser enfrentar, não só por conta do cenário macroeconômico, taxa de juros e competição externa, mas também pelo baixo desempenho operacional. Assim, ressaltamos que o cenário continua muito incerto para a companhia, e que mesmo com o aumento de capital não será um caminho fácil.