Demanda por carne bovina dos EUA contraria tendência de queda nas exportações!

exportações de carne bovina

Nesse ano, as exportações de carne bovina dos Estados Unidos estão tendo um desempenho abaixo do que foi visto no primeiro semestre de 2022, de acordo com relatório da Federação de Exportação de Carne dos EUA, com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

No mês de abril, as exportações de carne bovina registraram uma queda de 10% em volume, totalizando 111.416 toneladas, e uma redução de 18% em valor, atingindo US$ 859,5 milhões. Já quando abrangemos o escopo de observação para os primeiros quatro meses do ano, as exportações de carne bovina apresentaram uma diminuição de 8% em volume, totalizando 437.910 toneladas, e uma queda de 21% em valor, alcançando US$ 3,21 bilhões em comparação ao ano anterior.

O presidente e CEO da U.S. Meat Export Federation (USMEF), Dan Halstrom, destacou que:

“com o aperto na oferta de carne bovina dos EUA, é difícil acompanhar os notáveis totais de exportação registrados no primeiro semestre de 2022, mas as exportações continuam respondendo por uma parcela de produção semelhante ao recorde do ano passado”.

Halstrom observou que a recuperação do setor de viagens, turismo e outros serviços alimentícios têm sustentado a demanda por carne bovina no exterior. Além disso, alguns países têm experimentado uma diminuição recente da pressão inflacionária sobre a renda dos consumidores, o que contribui para o consumo de carne bovina.

Assim, embora as exportações de carne bovina dos EUA tenham apresentado números mais baixos, alguns mercados específicos continuaram a demonstrar uma demanda sólida.

 

I. México

O México foi o principal destino das carnes bovinas norte-americanas, muito em função da forte moeda nacional e da demanda robusta de foodservice, o que impulsionou os embarques de abril para 14.403 toneladas, aumento de 10% em relação à 2022. Enquanto isso, o valor aumentou para US$ 81,8 milhões.

Quando expandimos a observação para os quatro primeiros meses de 2023, no entanto, as exportações para o México aumentaram 14%, totalizando 64.912 toneladas, com um valor de US$ 365,4 milhões, o que representa um aumento de 17%.

 

II. Coreia do Sul

Na Coreia do Sul, as exportações de carne bovina superaram o volume de abril do ano passado em 7%, totalizando 24.825 toneladas. Grande parte disso pode ser explicado em função da redução da inflação no país.

No entanto, no mesmo período, o valor das exportações diminuiu 13%, alcançando US$ 201,8 milhões em comparação ao ano passado. No acumulado de janeiro a abril, as exportações para a Coreia do Sul apresentaram uma queda de 10% em volume (88.708 toneladas) e uma redução de 31% em valor (US$ 707,1 milhões).

 

III. União Europeia

Apesar das restrições impostas pela União Europeia (UE) em relação à importação de carne bovina de gado não tratado com hormônios, as exportações de carne bovina dos EUA para a UE, juntamente com o Reino Unido, alcançaram o maior volume desde setembro de 2019.

As exportações totalizaram 2.345 milhões de toneladas, representando um aumento de 25%, e o valor das exportações aumentou 32%, atingindo US$ 31,4 milhões. No acumulado dos primeiros quatro meses de 2023, as exportações para a UE totalizaram 7.176 toneladas, um aumento de 14%, com um valor de US$ 89,8 milhões.

No entanto, mesmo com o crescimento nas exportações para a União Europeia, a falta de acesso isento de impostos ao mercado do Reino Unido coloca a carne bovina dos EUA em desvantagem. Os acordos de livre comércio recentemente implementados pelo Reino Unido com a Austrália e a Nova Zelândia, juntamente com a cota específica de carne bovina de alta qualidade isenta de impostos da UE para os EUA em 2023, estabelecem um cenário desafiador para o setor.

 

IV. África do Sul

Um mercado que se destaca em 2023 é a África do Sul, que registrou um aumento significativo nas exportações de carne bovina dos EUA. Em abril, as exportações para a África do Sul quase dobraram (96%) em comparação ao ano anterior, alcançando 1.374 milhões de toneladas, com um valor de US$ 1,5 milhão, representando um aumento de 70%.

Já no acumulado de janeiro a abril, as exportações totalizaram 7.199 toneladas, um aumento de 162%, com um valor de US$ 7,8 milhões, um aumento de 165%.

 

V. Outros mercados: Peru, China e Caribe

Além disso, outros mercados como Peru, China/Hong Kong e Caribe também apresentaram números sólidos em abril. No entanto, o Japão registrou o menor total de exportações desde fevereiro de 2016.

Em relação aos números gerais, o valor das exportações de carne bovina em abril representou US$ 441,70 por cabeça, uma queda de 10% em comparação ao ano anterior, mas que configura o maior patamar desde julho de 2022. Já no acumulado de janeiro a abril, a média per capita foi de US$ 389,53, uma redução de 19% em relação a 2022.

Segundo o relatório, as exportações de abril representaram 15,7% da produção total de carne bovina e 13,5% apenas para cortes de músculo, destacando a importância das exportações para a indústria de carne dos Estados Unidos.

Em suma, portanto, embora as exportações de carne bovina dos EUA tenham enfrentado desafios em 2023, especialmente em comparação ao desempenho excepcional do ano anterior, alguns mercados, como México, Coreia, Europa e África, demonstraram uma demanda robusta pelos produtos de carne bovina dos Estados Unidos.

A USMEF continuará a trabalhar em estreita colaboração com a indústria de carne dos EUA para impulsionar as exportações, superar obstáculos comerciais e buscar novas oportunidades em mercados internacionais.

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Caio Goetze

Formado em Direito pela PUC-RJ e pós-graduando em Direito Digital pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a UERJ, conta com 3 anos de experiência e diversos cursos de formação acadêmica de bagagem no “criptomercado”.

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