Qual a importância da China para o Brasil?
Se você investe na bolsa brasileira, também é importante compreender a influência crucial que a economia chinesa pode ter nos seus investimentos. O Brasil, é apenas uma das variáveis globais, e devido sua economia ser muito atrelada a commodities, a economia do país e das empresas privadas são afetadas por movimentos globais.
Neste contexto, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, sendo que em 2022, quase 27% das exportações brasileiras tiveram o grande país asiático como destino. Observando os principais produtos exportados pelo Brasil, têm-se produtos originados das indústrias extrativas, agropecuária e de transformação, por exemplo: minério de ferro, soja, petróleo, carnes e afins.
Quando analisado até junho de 2023, nota-se que a China continua se destacando entre os principais destinos das exportações brasileiras, com mais de US$65 bilhões, contra pouco mais de US$20 bilhões dos EUA, segundo colocado.
Fonte: fazcomex
Nos últimos anos, para alcançar o seu forte crescimento, a China também demandava uma alta quantidade de produtos, impulsionando a economia global, mas especialmente países como o Brasil. Entretanto, mais recentemente, alguns fatores mostraram o quão desafiador pode ser a leitura da China e os possíveis obstáculos.
Fonte: Google Finance, Banco Mundial
A difícil leitura da economia chinesa:
Apenas considerando acontecimentos mais recentes, já é possível provar o quão difícil a leitura da macroeconomia chinesa pode ser. Além da dificuldade em relação aos dados, se destacaram alguns fatores como o ocorrido com a Evergrande, grande companhia imobiliária chinesa e a política de covid zero.
Mesmo com o fim da política de covid zero e reabertura da economia da China, os indicadores de sua economia apontam para um cenário desafiador, com, por exemplo, dados da indústria chinesa (PMI) vindo abaixo da expectativa em alguns meses, bem como indicadores do mercado imobiliário ainda fracos.
Fonte: UBS; China NBS; Haver
Um fator importante a ser destacado, é que o governo é muito presente na economia chinesa, em 20 de julho deste ano, foi anunciado uma série de medidas de incentivo ao consumo, que podem, por exemplo, corroborar com a estabilização e crescimento do setor privado, melhora no desemprego e afins. Dentre essas medidas, estão, por exemplo, incentivos para o consumo de carros e eletrônicos.
Fonte: The Wall Street Journal
Caso haja uma retomada dessa demanda, é possível ver empresas como a Vale, se aproveitando de um melhor preço de minério de ferro, bem como outras companhias ligadas à indústria siderúrgica.
Perspectivas Futuras:
Ainda sobre a Vale, nos últimos anos a China conquistou um espaço de destaque em algumas indústrias, dentre elas, a indústria de carros elétricos, possuindo uma das principais montadoras desses veículos (BYD) e um dos maiores países em carros elétricos.
Embora o minério de ferro ainda seja o principal item produzido pela Vale, a companhia aposta em uma diversificação que deve ganhar ainda mais relevância no futuro, como o Níquel e o Cobre.
Fonte: UBS; China NBS; Haver
No longo prazo, há ainda uma menor previsibilidade, em 2022, por exemplo, a população chinesa caiu pela primeira vez nos últimos 60 anos, com uma taxa de natalidade que vem caindo há anos. Essa dinâmica demográfica, no longo prazo, afeta diretamente a força de trabalho e crescimento do país, afetando também o restante do mundo.
Fonte: G1
Dessa forma, nota-se que mesmo com um cenário nebuloso a frente, a China ainda ocupa um espaço importante na macroeconomia global e a afeta diretamente, seja de forma negativa ou positiva.
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