Colapso da FTX segue causando danos. Binance anuncia fundo de suporte a projetos!

Em meio a uma recuperação lenta e gradual que vínhamos observando no ecossistema de criptomoedas, o colapso da FTX apagou o progresso, derrubou os preços e colocou o mercado em uma espécie de efeito cascata negativo.

Na sexta-feira, a corretora entrou com um pedido de falência no tribunal federal de Delaware, nos Estados Unidos, pautado no capítulo 11, o que significa dizer que o objetivo, em tese, é de uma reestruturação empresarial.

O pedido incluiu mais de 130 entidades ligadas ao império de Sam Bankman-Fried. No entanto, o final de semana foi marcado ainda por um suposto hackeamento da corretora, e vimos saques não autorizados drenando fundos na casa dos US$ 600 milhões de carteiras da FTX, transformando o aplicativo da corretora em uma espécie de malware e dificultando a recuperação dos saldos dos clientes. Especula-se, inclusive, que o ataque possa ser de membros internos. Ou, ainda, um hacker propositalmente infiltrado para ocultar problemas e fundos, reavendo parte do capital. Caso isto se confirme, o pedido de falência pautado no Chapter 11 pode ter sido somente uma maneira de ganhar tempo.

O fato é que o BTC caiu 21.9% na semana, o pior desempenho de 7 dias desde meados de junho quando presenciamos as consequências do crash da Terra Luna. O ether (ETH), no mesmo período, caiu 22.14%.

No entanto, hoje, após o anúncio da Binance de que irá fomentar um fundo para prover liquidez a projetos que estão em apuros, o mercado amanhece em alta. O BTC sobe quase 5% é negociado a US$ 17150. Ether segue o movimento e é negociado a US$1282.

O cenário, no entanto, ainda não é muito animador. Temos falado consistentemente por aqui sob a pressão vivenciada pelos mineradores neste momento do mercado. Mesmo em meio ao caos, vimos o “hashrate” da rede Bitcoin atingir patamares muito próximos à sua máxima histórica na sexta-feira.

Se, por um lado, isto evidencia uma rede segura e saudável, por outro, acentua a concorrência por poder de hash.

ftx e associação com o bitcoin hashrate

Fonte: LookIntoBitcoin

 

Com o custo operacional extremamente alto, muito em função da alta na eletricidade que afeta Europa e Estados Unidos, onde estão localizados grande parte dos rigs de mineração, a manutenção de máquinas ligadas está se tornando inviável até mesmo para quem possui os melhores equipamentos do mercado.

O custo médio de produção lucrativa de bitcoins se encontra aproximadamente em US$ 28.000. Quando levamos em conta somente os custos de eletricidade, no entanto, o patamar cai para próximo de US$ 16.900, região perigosa que é exatamente onde vemos o preço do BTC costurar nos últimos dias.

preço do bitcoin nos últimos dias

Fonte: Tradingview – Capriole Investments

 

Isto significa que uma queda mais consistente abaixo desta região pode disparar um gatilho de vendas forçadas de BTC por parte de mineradoras. Há um vácuo no volume de negociação que poderia levar o preço do bitcoin para próximo dos US$ 13.000 neste eventual cenário.

Este movimento de venda, aliás, já começou a ser visto. Recentemente falamos sobre a quebra de algumas mineradoras que se encontravam em apuros. Agora, desde sexta-feira, constatamos que os players do setor de mineração estão vendendo mais de suas reservas do que nos últimos 5 anos, justamente na tentativa de sanar os custos operacionais para manter suas estruturas.

ftx e associação com o movimento de vendas

Fonte: Tradingview – Capriole Investments

 

Olhos abertos e alertas ligados. Os gatilhos disparados pelo colapso da Alameda/FTX, em conjunto com o atual cenário de pressão sobre o setor de mineração pode jogar os preços ainda mais para baixo.

Os fundamentos do bitcoin, no entanto, permanecem mais sólidos do que nunca e não devem ser confundidos com os eventos recentes. Crucial contar com uma boa estratégia de investimento para aproveitar as oportunidades do mercado.

Caio Goetze

Formado em Direito pela PUC-RJ e pós-graduando em Direito Digital pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a UERJ, conta com 3 anos de experiência e diversos cursos de formação acadêmica de bagagem no “criptomercado”.

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