Caso da corretora FTX volta a aumentar insegurança do mercado cripto!

corretora FTX

Após nova alta de 0.75% na taxa de juros vista na reunião do FOMC quarta-feira passada (2), embora as pressões macro tenham diminuído levemente no curto prazo e contribuído para uma melhora no indicador “Fear and Greed Index” do bitcoin ao longo do final de semana, chegando a marcar 40 pontos ontem e beirar a neutralidade, a incerteza no mercado cripto voltou a aumentar nesta segunda-feira e contribuiu para um aumento no sentimento de risco novamente. Muito desta aversão se dá em função do caso da FTT, token da corretora FTX, que domina as narrativas do mercado cripto no momento.

Vimos seu “funding rate” cair fortemente em função do aumento significativo de posições “short”, e o comportamento de hedge é um dos motivos para tal.


Fonte: Coinglass

 

Basicamente, a Binance recebeu cerca de US$ 2.1 bilhões em BUSD e FTT no ano passado como parte de sua saída do capital da FTX. Agora, temos visto o CZ da Binance ameaçar vender todas suas FTT no mercado devido à “relevações recentes” sobre a corretora FTX, o que poderia liquidar todos os empréstimos garantidos por FTT por parte da Alameda Research.

A Alameda, por sua vez, se ofereceu para comprar estes tokens por US$ 22 cada. Ao que tudo indica, supostamente alguns funcionários da corretora FTX atuavam nos bastidores a fim de prejudicar a Binance com agentes regulatórios. Nada confirmado.

O CZ, no entanto, afirma que realizará o movimento de venda de forma a minimizar os impactos no mercado em razão das condições e da liquidez limitada, o que deve levar alguns meses para acontecer.

Changpeng Zhao afirmou ainda que sempre encoraja a colaboração entre players da indústria e que este não é um movimento contra o competidor, e sim uma redução de riscos para evitar eventual novo “LUNA crash”.

Com este cenário, o sentimento de incerteza e preocupação volta a dominar as narrativas, e os comentários sobre problemas de liquidez da corretora FTX começam a surgir.

Um forte movimento de retirada de stablecoins da corretora FTX acontece neste momento e alcança o maior fluxo de saída da história.

Fonte: CryptoQuant

 

Vemos alguns players provendo capital para a corretora a fim de manter suas reservas, como é o caso da própria Alameda Research que já enviou mais de US$ 66 milhões para a exchange. A Jump Trading também foi responsável por outros US$ 35 milhões.

Enquanto o mercado está atualmente sobrecarregado com tal notícia sobre a batalha entre o CEO da Binance, CZ, e o CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, as eleições de meio de mandato e a divulgação dos dados do CPI nos Estados Unidos são dois grandes eventos que devem pautar o mercado na semana.

  • Eleições de meio de mandato (Amanhã, 08/11)

Amanhã, terça-feira, as eleições de meio de mandato decidirão a composição do Congresso norte-americano. Enquanto a comunidade de criptomoedas esperava uma regulamentação clara sobre o tema em 2022 vendo uma série de projetos de lei sendo apresentados, uma disputa política entre legisladores, lobistas e a pressão de agenda dos parlamentares impediram a aprovação de um projeto que impulsionasse a indústria.

Com isto, provavelmente a pauta ficará para 2023, motivo pelo qual as eleições serão bastante importantes.

Um Congresso mais republicano pode ser benéfico ao ecossistema, que tem em nomes como Cynthia Lummis e Tom Emmer alguns dos maiores expoentes e apoiadores de cripto.

Caso isto aconteça, podemos ver um cenário responsável por aliviar pressões regulatórias em cima de empresas do nicho.

Importante frisar que, ainda que este seja um dos destaques da semana, é possível que não sintamos impacto no curto prazo. Vejamos.

  • Dados do CPI (Quinta-feira, 10/11)

Na quinta-feira, teremos a divulgação dos dados do Índice de Preços ao Consumidor. Durante a última reunião do FOMC, Jerome Powell destacou algumas vezes que os dados do CPI devem ser aguardados antes de determinar os próximos passos a ser tomados com relação à política monetária.

Se a inflação subir acima do esperado, os mercados devem reagir, naturalmente, com um “sell-off”.

Por outro lado, se observarmos uma queda significativa na inflação, podemos ver uma continuidade do rally de recuperação que vínhamos observando tendo em vista que o mercado tende a se antecipar a um ritmo mais lento no aumento de taxas pelo FED.

Para quem não sabe, o Core CPI é quem mede a variação do custo de bens e serviços excluindo setores de alimentos e energia.

Caso o Core CPI caia pela primeira vez após um aumento de três meses e caso os preços ao produtor (PPI) também venham a cair em 15 de novembro, podemos ver um combustível interessante capaz de movimentar de vez os mercados. No entanto, as expectativas são de que a inflação tenha voltado a subir no mês passado. Espera-se +0,5% MoM e +6,6% YoY.

O fato é que, independentemente do cenário macro, o mercado cripto está majoritariamente apostando em alta do bitcoin. Digo isto porque o Funding Rate do BTC atingiu sua máxima de 6 meses ontem, patamar que não era visto desde maio deste ano.

Vale lembrar, no entanto, que este é um mercado bastante manipulado e é comum vermos movimentos coordenados de liquidação, algo que pode acontecer nos próximos dias.

Fonte: Cryptoquant

 

Caio Goetze

Formado em Direito pela PUC-RJ e pós-graduando em Direito Digital pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) em parceria com a UERJ, conta com 3 anos de experiência e diversos cursos de formação acadêmica de bagagem no “criptomercado”.

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