Há alguns meses que estamos acompanhando um quadro global de aperto fiscal e monetário, que atingiu até mesmo as grandes potências mundiais, e acabou sendo análogo a restrições ligadas a políticas de COVID zero e a crise imobiliária na China. Além da guerra Rússia-Ucrânia que gerou diversos gargalos de abastecimento na Europa.
Todo esse conjunto de fatores obrigou diversos Bancos Centrais a implementarem medidas agressivas de estabilização econômica, o que está levando a perspectivas variadas de recuperação para cada economia e para cada classe de ativo diferente.
Começando pela China, o abandono das políticas de COVID zero está despertando a esperança de uma recuperação da economia e mais especificamente da demanda do maior importador de commodities do mundo, assim que o país superar a atual onda de vírus.
O valor do cobre exportado está aumentando, apesar da perspectiva de recessões na Europa, e fala-se em importações anuais recordes de soja. Juntamente a tendência de que a China aqueça a demanda global de petróleo do ano.
Fonte: Bloomberg
Ou seja, a trilha de recuperação da China ajudará a orientar os patamares das commodities mundiais. Junto a isso, travessando o oceano, os preços ao consumidor nos EUA subiram +6,5% em dezembro, o menor aumento ano a ano desde outubro de 2021 (de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics).
E aumentando um pouco o otimismo, os preços aumentaram apenas +0,9% no 2S22, o que se traduz em uma taxa de inflação anualizada de cerca de 1,9% desde o final de junho — bem abaixo de mais de 11% no primeiro semestre de 2022.
Todos os dados de outubro, novembro e dezembro mostraram declínios constantes nos aumentos de preços e segundo os responsáveis do Fed, essas notícias foram boas, mas ainda precisavam ver mais para acreditarem no rumo da estabilização.
Se essas tendências continuarem por mais três meses, de acordo com a referência de Waller, os formuladores de políticas poderiam ter visto o suficiente para estarem confiantes de fazer uma pausa nos aumentos dos juros em sua reunião de maio – quando terão dados para janeiro, fevereiro e março em mãos.
Esse novo cenário global que está se redesenhando gera preocupações quanto a escassez de matéria-prima e junto a pressão causada pelo investimento insuficiente na oferta, resulta em período de oportunidade para o aumento dos preços de commodities.
Como o momento das commodities globais ecoa na economia nacional?
Apresentando um cenário diferente de seus pares, nossa nação agroexportadora demonstrou certa resiliência frente ao cenário obtuso global, o que se refletiu em perspectivas positivas no que tange à produção doméstica.
Em meio a todo cenário externo tribulado, o país avançou algumas casas em sua consolidação como fornecedor de matérias-primas (principalmente em produtos alimentares) e conseguiu surfar as altas nos preços, elevando os volumes de produção e ampliando os destinos das cargas – principalmente para a Ásia.
Fonte: Insper
E o que também ajudou nesse resultado foi a taxa de câmbio em relação ao dólar. Foi observado que a taxa cambial permaneceu em patamares altos mesmo durante os momentos mais incertos tanto para o Brasil quanto para o exterior, o que deu certa propulsão para o segmento agro nacional.
E se tratando da visão micro, os olhares se voltam mais uma vez à soja, que conseguiu manter o crescimento das exportações, além do boom recente das exportações de milho e algodão, impulsionados pelo aumento do plantio e das exportações de soja – a partir das segundas safras ou “safrinhas”.
Fonte: CGPOD; DAESP; SPA; MAPA
Claro que em algum momento haverá alguma revisão de preços, o que apertará margens do agronegócio nacional, mas ao menos no curto prazo as exportações dão sinais de uma zona confortável para escalonamento.
Ou seja, a partir de expansões já realizadas no que tange a infraestrutura, juntamente a condições de clima favoráveis existem perspectivas de safras recordes para esse 2023, com exportações aquecidas e preços oportunos.
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