Desde o ano de 2016, a Oi (OIBR3) já estava envolvida em um dos maiores, senão o maior processo de recuperação judicial da América Latina – na cifra de aproximadamente R$66 bi em dívidas, distribuída entre cerca de 55 mil credores diferentes.
Já recentemente, a companhia anunciou que entrou na justiça com outro pedido de proteção frente aos credores, afirmando não ter conseguido um acordo direto.
Fonte: Oi R.i.
Em uma partida de xadrez árdua esses novos credores, a Oi (OIBR3) levou a melhor nesta sexta-feira(3/02), após a Justiça do Rio de Janeiro acatar um pedido de tutela cautelar feito pela companhia.
A decisão da justiça permitiu um “livramento” da dívida no curto prazo e dentre os detalhes da liminar, um dos que chama mais a atenção é a prorrogação de um passivo no valor de R$600 milhões com o vencimento para os próximos dias.
No total, a companhia afirma que atualmente suas dívidas beiram os R$29 bi, o que deixa seu caixa fortemente pressionado. Porém, mesmo com o fim dessa batalha, a Oi (OIBR3) está longe de ver o fim da guerra.
Iniciando os desafios, podemos citar que a Oi possui uma rede de telefonia fixa altamente capilarizada por todo o país, mas sua concessão para telefonia fixa dada pela ANATEL vai até 2025, o que não beneficia a companhia devido às mudanças nos hábitos de consumo atrelados a telecons.
Além disso, junto ao mercado altamente disputado, pode-se observar que os outros players atuantes no território nacional possuem mais musculatura financeira para investir em novas tecnologias – como a fibra óptica. Os investimentos demandados pela fibra óptica refletem na necessidade de um CAPEX robusto, o que dissolve o caixa da companhia.
Fonte: Teleco
Quanto a resultados mais recentes, segundo o último relatório apresentado pela companhia (3T22), a Oi (OIBR3) apresentou um prejuízo de -R$3,0 bi no trimestre, o que representa uma retração de seu prejuízo de aproximadamente 36% a/a, mas está muito longe de ser uma cifra saudável.
Fonte: Oi R.I.
Já o EBITDA de rotina registrado foi de R$168 milhões no trimestre (-88,5% a/a), com margem de 6,1%, valor menor em 26,2 p.p. a/a. Os efeitos de redução no EBITDA do trimestre ocorreram, principalmente, pelo impacto da venda da operação móvel que possuía uma maior margem, além do novo modelo de operação da fibra.
Fonte: Oi R.I.
Quanto à Receita Líquida, no trimestre a companhia registrou cerca de R$2,8 bi, uma queda -38,7% a/a, explicado em relatório pela evolução das operações descontinuadas.
E os Custos e Despesas Operacionais (Opex), incluindo as operações internacionais, somaram R$2,6 milhões no 3T22, valor maior em 15,0% na comparação anual. No segmento Brasil em específico, o Opex foi de R$ 2,5 milhões – uma queda de 16,4% a/a.
Fonte: Oi R.I.
Em suma, uma operação complexa, queimadora de caixa e com desafios operacionais enormes a frente, “we are not buyers”!
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