Na semana passada, a empresa de pesquisa e análise de dados em blockchain, Chainalysis, divulgou um relatório relacionado à adoção global de criptomoedas, ranqueando o Vietnã na primeira posição e o Brasil na sétima colocação.
Em síntese, o relatório concluiu que os países emergentes lideram as primeiras posições e que, mesmo com a queda no preço dos criptoativos, os patamares de adoção permanecem interessantes. Veja a configuração atual na tabela abaixo:
Mesmo com a queda atual, níveis são superiores ao Q1 2021:
Os dados mostram que após um consistente crescimento desde meados de 2019, a adoção global de criptomoedas atingiu seu “all-time high” no segundo trimestre (Q2) do ano passado. Desde então, essa adoção variou em ondas:
- Caiu no terceiro trimestre (Q3) de 2021 em decorrência das quedas vistas nos preços das criptomoedas;
- Se recuperou no quarto trimestre (Q4) de 2021, quando vimos os preços voltarem a subir e atingir novas máximas históricas;
- Voltou a cair após o quarto (Q4) trimestre de 2021 até o presente momento.
Assim, com o recente mercado de baixa iniciado desde o fim do ano passado (2021) e com a capitulação que presenciamos a partir de maio deste ano (2022), naturalmente vimos a métrica indicar uma diminuição esperada na adoção. No entanto, apesar disso, os números se mantêm em patamar superior ao pré-bull market de 2019 e também ao primeiro trimestre de 2021.
O relatório aponta um fator interessante que conflui com outras pesquisas realizadas pela empresa: O fato de que muitos dos investidores, atraídos pelo aumento dos preços de criptoativos em 2020 e 2021, mantiveram-se investindo uma parte considerável do capital em ativos digitais, indicando uma forte resiliência do mercado cripto mesmo em cenário adverso.
Desta forma, os dados “on-chain” demonstram que grande parte dos detentores de criptomoedas de longo prazo (“Long-Term Holders”) continuaram mantendo seus ativos mesmo com seus portfólios desvalorizando em meio ao mercado de baixa. Esses investidores não realizaram o prejuízo e seguem otimistas de que veremos uma recuperação, mantendo os fundamentos do mercado saudáveis.
Mercados emergentes liderando o Índice Global de Adoção de Criptomoedas!
O Banco Mundial classifica os países em uma das categorias abaixo com base nos níveis de renda e do desenvolvimento econômico:
- renda alta,
- renda média alta,
- renda média baixa e
- renda baixa
Baseado nisso, o relatório da Chainalysis constatou uma tendência que já vinha sendo observada desde o ano passado e que ficou ainda mais forte este ano: os mercados emergentes dominam o índice. Usando esses critérios do Banco Mundial, percebeu-se que as duas categorias centrais (“renda média alta” e “renda média baixa”) estão no topo da adoção.
- 10 países se enquadram em “renda média baixa”: Vietnã, Filipinas, Ucrânia, Índia, Paquistão, Nigéria, Marrocos, Nepal, Quênia e Indonésia.
- 8 são se enquadram em “renda média alta”: Brasil, Tailândia, Rússia, China, Turquia, Argentina, Colômbia e Equador.
- 2 se enquadram em “renda alta”: Estados Unidos e Reino Unido.
Os usuários em países de renda média baixa e renda média alta geralmente confiam mais em criptomoedas para enviar remessas, preservar suas economias em tempos de volatilidade da moeda fiduciária e atender a outras necessidades financeiras exclusivas de suas economias. Esses países também tendem a se apoiar em Bitcoin e stablecoins mais do que outros países.
Outros pontos de destaque:
- O Vietnã ocupa a primeira posição pelo segundo ano consecutivo. País é extremamente ligado a criptoativos e, em 2020, tinha 21% dos consumidores reportando usar ou ter criptomoedas, ficando atrás apenas da Nigéria. Além disso, modalidades de jogos Play-to-Earn e Move-to-Earn são bastante populares no país.
- Os Estados Unidos subiram para o quinto lugar. Em 2020, ocupavam a sexta posição e, em 2021, a oitava. São, de longe, o país desenvolvido mais bem classificado no índice. Além dele, Reino Unido é o outro dentro dessa parcela que integra o top 20.
- A China voltou a entrar no top 10 depois de ficar em 13º lugar em 2021, evidenciando que as proibições determinadas pelo governo em setembro de 2021 foram ineficazes. O país fica em segundo lugar no quesito “volume de transações ajustado ao poder de compra”, tanto no geral quanto a níveis de varejo.
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